
Começou por volta das 10h a leitura do processo da admissibilidade do impeachment do prefeito Daniel Guerra (PRB) na Câmara de Vereadores de Caxias Sul. Poucos minutos antes da apreciação, na sessão desta terça-feira, o clima já é quente na Câmara de Vereadores. Parte do plenário está ocupado por manifestantes contrários ao pedido. Com faixas e cartazes - a maior parte com críticas ao autor do pedido de adiamento, Édio Eloi Frizzo (PSB) e demais vereadores oposicionistas ao governo, os manifestantes chamaram a atenção de Frizzo enquanto discursava na tribuna.
Uma das frases dos cartazes é: "Vai ter limpeza em 2020".
Frizzo leu os cartazes e falou na tribuna:
— Têm erros de português aí.
Agora, ocupa a tribuna, Paulo Périco (MDB), que está no quarto item do pedido. Ao todo, o documento tem 600 páginas, mas são 200 que devem ser obrigatoriamente lidas em plenário – aquelas que compõem a base do pedido.
Este é o quinto pedido de impeachment contra o prefeito de Caxias do Sul, Daniel Guerra (PRB). O documento foi protocolado em dezembro do ano passado pelo então vice-prefeito Ricardo Fabris de Abreu (Avante).
Aliás, este é um componente diferente das últimas votações deste tema. Agora Fabris não é mais vice-prefeito. Neste caso, na linha de sucessão, quem assumiria é o presidente da Câmara de Vereadores, o vereador Flavia Cassina (PTB) que é um dos 21 vereadores de oposição. Cabe destacar que, mesmo com apenas dois vereadores de situação, os outros quatro pedidos de impeachment foram derrubados sem maiores dificuldades. Um deles, inclusive, do próprio Fabris, então vice-prefeito. O único que foi acolhido, de um grupo de 29 pessoas, acabou sendo arquivado em abril do ano passado.
Desta vez, o documento tem 600 páginas, sendo 200 que serão lidas em plenário. Dos 28 tópicos, um dos questionamentos mais recentes é sobre a nomeação do vereador Chico Guerra (PRB), irmão do prefeito, como chefe de gabinete da prefeitura. Este item inclusive foi protocolado às vésperas da sessão da semana passada, o que adiou a apreciação do processo de impeachment para esta semana. Como nenhuma nova emenda foi protocolada, a leitura foi iniciada na manhã desta terça.
RAIO-X DOS VOTOS
> "Sim" é voto a favor da aceitação do pedido de impeachment.
> "Não" é voto contra a aceitação do pedido de impeachment.
> Quem já abriu voto "não": Adiló Didomenico (PTB), Arlindo Bandeira (PP), Denise Pessôa (PT), Edi Carlos (PSB), Elisandro Fiuza (PRB), Kiko Girardi (PSD), Renato Oliveira (PCdoB), Ricardo Daneluz (PDT) e Rodrigo Beltrão (PT) e Tibiriçá Maineri (PRB). Edi Carlos não abriu voto oficialmente, mas seus sinais são evidentes.
> Quem já abriu voto "sim": Alceu Thomé (PTB), Edio Elói Frizzo (PSB), Gládis Frizzo (MDB), Paulo Périco (MDB) e Rafael Bueno (PDT).
> Edson da Rosa, por seu perfil político, é um voto contrário ao acolhimento. Mas está em uma bancada que abre ou emite sinais pela aceitação do impeachment, o que inclui Felipe Gremelmaier.
> Alberto Meneguzzi (PSB) e Velocino Uez (PDT), por perfil político, tendem ao "não".
> Gustavo Toigo (PDT) e Paula Ioris não emitiram sinais consistentes.
> Tatiane Frizzo (Solidariedade) não abriu posição. Mas Neri, O Carteiro, que é uma referência para sua atuação, votou contra em pedidos anteriores.