Maristela Scheuer Deves
Quando o caxiense Tiago Matana Zanchin ouviu pela primeira vez Sweet Child O'Mine, do Guns n'Roses, ele tinha apenas seis anos. O ano era 1996, e, enquanto ele aprendia a gostar de rock ouvindo música no Monza de uma prima, a banda encerrava seu período áureo, com a saída do guitarrista Slash. Passados 20 anos, o agora analista de marketing caxiense vai poder finalmente conferir, ao vivo, Slash e Axl Rose tocando juntos outra vez, no show Not In This Lifetime, que deve lotar estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, nesta terça à noite.
– Estou super ansioso, e super feliz – conta Tiago, 26 anos, que acumulou horas extras de trabalho nos últimos dias para poder folgar nesta terça e ir ver seus ídolos.
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Apesar da expectativa, ele confessa que também sente certa tristeza: tem medo de que, com o retorno da formação (quase) original do Guns n'Roses, Slash deixe de lado a carreira solo. Isso porque, quando descobriu que o guitarrista deixara o grupo – lá pelos oito ou nove anos, quando ia com os amigos comprar revistas de música nas bancas –, Tiago preferiu acompanhar a carreira do "dissidente", ouvindo e colecionando tudo que tivesse a ver com Slash, deixando Axl e companhia em segundo plano (tanto que preferiu ignorar o álbum Chinese Democracy, lançado pelo Guns em 2008).
E como fã que é fã quer mais é ver o ídolo de perto, em 2011 Tiago foi para Curitiba ver Slash na turnê We're All Gonna Die. Fez mais: deu um jeito de se hospedar no mesmo hotel do guitarrista. Conseguiu vê-lo de perto, mas não ganhou o tão sonhado autógrafo, pois devido a uma confusão com fãs num show anterior, em São Paulo, os seguranças não deixavam ninguém se aproximar.
No ano seguinte, deu mais sorte. Graças a um concurso, para o qual enviou fotos de sua coleção, foi um dos 10 fãs selecionados para conhecer o guitarrista na turnê Apocalyptic Love, em Porto Alegre. Conseguiu autógrafos em camiseta e em livro, e, o mais importante, uma foto ao lado de Slash.