Adriano Duarte
Pagar pela informalidade é mais barato, o que explica a expansão do mercado da vigilância ilegal em Caxias do Sul. De acordo com o Sindicato Profissional dos Vigilantes de Caxias do Sul e Região da Serra Gaúcha, o custo com um profissional devidamente treinado e registrado na Polícia Federal é de R$ 28 por hora. Um segurança ilegal, muitas vezes ligado a empresas de fundo de quintal, custa menos da metade: R$ 10/hora.
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A instituição que representa 4 mil vigilantes formais de 26 cidades da Serra garante ter encaminhado diversas denúncias ao longo dos últimos anos, com pouco resultado. A exploração desse segmento sob as barbas da legislação também tem a participação de vigilantes desligados do mercado formal.
- O exercício da profissão não é disciplinado, não tem regulamentação, daí abre brecha para essa confusão aí fora. Temos um projeto de lei na Câmara dos Deputados que pode mudar o cenário, só depende de votação final - lembra Claudiomir Brum.
Segundo a Polícia Federal, quem trabalha como vigilante sem autorização está exercendo a profissão ilegalmente, além do agravante de porte ilegal de arma.
- O vigilante regular tem o porte para o posto de trabalho, não pode circular armado fora dali. O mesmo vale para quem tem porte de arma e eventualmente venha a trabalhar como segurança irregular. Não se pode usar a arma para ganhar dinheiro - explica Teresa Cristina Martins, do setor de segurança privada da PF em Caxias.
A falta de fiscalização é estímulo para a informalidade. A PF atua nas empresas regularizadas e escolas de formação, por meio de vistorias e conferência de documentos.
- A primeira garantia que só a formalidade pode dar é que vai ter o filtro, difere o bom, sua conduta - diz Teresa.
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