
Ainda sem definições sobre a volta às aulas de forma presencial, as escolas da rede estadual de Caxias do Sul têm mantido as atividades remotas como alternativa. Na semana passada, o governador Eduardo Leite (PSDB) projetou que os encontros fora do universo virtual só serão possíveis a partir de agosto. No entanto, nem isso está definido. O cenário altamente instável da pandemia afeta também as escolas que aguardam protocolos para o retorno.
O processo de volta aos bancos escolares será coordenado pela Secretaria Estadual da Educação. Enquanto isso, algumas escolas fazem o que é possível para planejar o futuro. Na Escola Estadual Técnica de Caxias do Sul (EETCS), por exemplo, a diretora Salete Aparecida Moraes Dutra conta que já foram comprados equipamentos e materiais necessários para a proteção, como álcool gel, tapetes de desinfecção, luvas e viseiras. No entanto, a escola, assim como as demais do RS, trabalham no escuro sobre um possível retorno presencial.
— Tem que ter paciência e ser muito solidário. Solidariedade nesse momento é muito importante — comenta Salete, que está à frente da instituição com quase mil alunos.
Diferente da EETCS, que tem apenas o Ensino Médio, a escola Alexandre Zattera, no bairro Desvio Rizzo, atende também estudantes do Ensino Fundamental. No colégio, a organização é diferente para alunos do 1º ao 5º ano em relação aos mais velhos. Com os pequenos, o contato com os pais ocorre por meio de aplicativos de mensagem. Com os maiores, uma plataforma do Google é utilizada. A diretora Cristiane Modena conta que a escola comprou produtos, como álcool gel e desinfetantes para as equipes que continuam trabalhando, mas não para um retorno massivo de cerca de mil alunos:
— Não temos nenhuma certeza. Tudo que já foi falado é bastante especulação.
A diretora da escola Cristóvão de Mendoza, Roseli Bergozza, reforça que o cenário é de incerteza. Ela conta que o Estado tem repassado instruções para o retorno, como orientações para uso de Equipamentos de Proteção Individual e distanciamento entre os estudantes, mas nenhuma definição oficial sobre o retorno de frequência de aproximadamente mil estudantes matriculados na instituição do bairro Cinquentenário:
— Nós estamos sendo um pouco preparados em relação a isso, mas nada consolidado ainda.
A titular da 4ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Viviane Devalle, destaca que o aumento no número de casos verificado no Estado impossibilita uma previsão de retorno às salas de aula.
— Estamos programando e nos organizado caso futuramente aconteça o retorno, mesmo que gradual, mas de momento não temos nada definido em relação a isso.
As escolas estão abertas às terças e quintas-feiras, das 10h às 15h, para orientação e entrega de material aos pais de famílias sem acesso à internet. Se a bandeira vermelha para a Serra a partir de terça-feira (30) for confirmada, as escolas deixam de ter atendimento presencial também nesses dias e os contatos devem ser feitos por telefone, aplicativos de mensagens ou e-mail.