Se não há esclarecimento formal sobre a motivação das mortes do advogado Nilton José Roratto, 62, e do filho dele Marcos Aurélio Roratto, 33, em São Marcos, hipóteses reforçam a relação entre os crimes ocorridos no intervalo de três meses.
- É provável a relação entre os casos, embora não tenhamos ainda prova sobre a autoria - diz o promotor de Justiça Evandro Kaltbach.
Na morte do advogado, dia 15 de março, a Polícia Civil indiciou e o MP denunciou o apenado Cleyton Bonete de Moura Goltz, 22 anos. O jovem foi preso três dias depois do assassinato, mas se manteve em silêncio na delegacia. Para o MP, Goltz é apenas o executor do crime, mas a investigação ainda não chegou ao mandante. O rapaz responde ao processo recolhido num presídio onde cumpre pena por tráfico de drogas e roubo. Ele foi reconhecido por testemunhas e cometeu o assassinato quando estava na rua _ ele tinha direito a 10 dias de saída temporária.
Hipótese levantada na época indica que Nilton defendeu um cliente num processo de desacordo comercial. A outra parte, prejudicada pela decisão judicial, ameaçou pessoalmente o advogado e seu cliente. Coincidentemente, dias depois, Nilton foi executado dentro de casa por Goltz.
Quanto ao caso do filho do advogado, Marcos Aurélio, ainda não é possível estabelecer se a morte foi encomendada pelo mesmo homem. Familiares e amigos afirmam que o jovem não tinha envolvimento com crimes, mantinha boas relações e não teria motivo aparente para ser executado. A única exceção era a proximidade de Marcos Aurélio com o homem que fez ameaças à família: os dois conviviam na mesma cidade de 21 mil habitantes. Não há nenhuma acusação formal contra esse homem.
Irmão de Marcos Aurélio, o jornalista Elenilton Fernando Rodrigues Roratto, 39, critica o andamento da investigação sobre o assassinato do pai, Nilton.
- Temos certeza que a demora para providências no caso da morte do meu pai ajudou na execução do meu irmão. Sabíamos que os bandidos queriam matá-lo no mesmo dia em que mataram meu pai, mas não conseguiram. Então, já estava avisado que isso podia acontecer - alega Elenilton.
O irmão detalha que Marcos era o filho mais próximo do pai, já que cuidava das terras dele na Linha São Luiz, distante cerca de 10 quilômetros da cidade.
- Ele era nosso suporte, era quem cuidava do pai - afirma.
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