A liberação na quarta-feira (3) por parte do Governo do Estado do uso de provadores em lojas é motivo de boas expectativas para comerciantes da Serra. Entidades que representam o setor pressionavam pela medida depois de obterem a autorização para reabrir em abril. O entendimento é de que havia prejuízo às vendas porque os consumidores não podiam provar os produtos.
A portaria estadual determina que algumas medidas de segurança sejam tomadas para evitar o contágio por coronavírus. Uma delas é que peças que encostam no rosto, como blusas, ainda não podem ser provadas e todos os produtos têm de ser higienizados após o uso. Além disso, os provadores têm de ser limpos com álcool gel 70% após cada uso e as cortinas devem ser higienizadas com vapor (confira todas as regras abaixo).
A presidente do Sindilojas de Caxias do Sul, Idalice Manchini, afirma que é possível seguir todas as regras impostas. A empresária, que atua no setor do vestuário, conta que as lojas dela já estão com os provadores liberados.
— É possível porque se faz a higienização (das peças) pelo esteamer (espécie de vaporizador) que tem uma temperatura acima de 100 graus. É possível também porque as lojas estão trabalhando com 50% da capacidade —salienta, ao explicar que isso favorece a organização do uso dos provadores e as medidas de limpeza.
O presidente do Sindilojas Regional Bento Gonçalves, Daniel Amadio, afirma que a entidade vai atuar para conscientizar lojistas e funcionários a respeito de todos os itens.
— Cada detalhe deve ser seguido à risca para garantir o uso dos provadores. A flexibilização pode evoluir ou regredir, dependendo da situação —comenta.
Uma das lojas que já aderiu às regras é a Don Juan Moda Masculina, no centro de Bento Gonçalves. A proprietária Rosane Bastos espera que a liberação traga melhora nas vendas, que tiveram queda de 50% durante a pandemia. Apesar de defender o uso dos provadores, ela considera que a aplicação das medidas de higienização é imprescindível para garantir tanto a saúde dos consumidores quanto dos atendentes:
— Não é só questão do cliente, a questão é nossa também. Nós temos que proteger, nós também temos família. Se a gente não proteger nosso cliente, que é o que leva a nossa loja, então não tem sentido.
Medidas que devem ser tomadas pelas empresas
::: Higienizar os provadores com álcool 70% ou outro desinfetante indicado para este fim após cada uso e, caso dotado de cortina, realizar a higienização com vapor e aguardar secagem para novo uso.
::: Realizar o controle de acesso aos provadores, a fim de evitar aglomerações e assegurar o distanciamento mínimo entre as pessoas e o tempo necessário à higienização.
::: Disponibilizar álcool gel 70% ou preparações antissépticas ou sanitizantes de efeito similar para higienização das mãos ao ingressar e sair dos provadores.
::: Orientar os clientes a permanecer com a máscara durante a prova de roupas e acessórios.
::: Proibir a prova de peças que entrem em contato com o rosto, como camisetas e blusas.
::: Higienizar as roupas após a prova ou a devolução pelo cliente, nos casos de retirada do estabelecimento para provar em casa, através de meio eficaz, como a utilização de passadeira a vapor, dispositivo de higienização ultravioleta ou assegurar período mínimo de aeração de 48 a 72 horas.
::: Colocar cartazes nos provadores orientando acerca da necessidade de permanência do uso da máscara, higienização das mãos e distanciamento entre as pessoas.
::: Orientar os clientes a higienizar as mãos antes e depois da prova de calçados e, após, mantê-los em local arejado, sem devolver imediatamente à caixa.