
Em um intervalo menor do que um mês, a Petrobras anunciou duas quedas nos valores da gasolina e do diesel. A primeira baixa foi divulgada no dia 14 de outubro e a segunda na semana passada. O problema é que, na prática, o consumidor praticamente não sente essas reduções no bolso.
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Pesquisa realizada pelo Pioneiro em 15 postos no dia 18 de outubro, apenas dois estabelecimentos apresentaram alguma retração. O levantamento foi realizado logo após a primeira baixa ser comunicada pela estatal, com previsões de queda de 3,2% para a gasolina e 2,7% para o diesel.
Nesta quarta-feira, em novo levantamento – contemplando agora os dois anúncios –, 6 dos 15 postos tiveram uma pequena queda. A baixa dessa vez, conforme a Petrobras, deveria ser de 3,1% para a gasolina e 10,4% para o diesel. Pela pesquisa de quarta, portanto, a maioria dos postos manteve os mesmos valores.
A manutenção dos preços, segundo Luiz Henrique Martiningui, presidente do Sindipetro Serra (entidade que representa os postos), é explicada em parte pela alta frequente do etanol, que compõe cerca de 27% da gasolina. O álcool apresentou alta nas últimas semanas devido à entressafra da cana-de-açúcar:
– A primeira baixa anunciada pela Petrobras, em outubro, foi praticamente zerada pelo aumento do etanol. Em alguns casos, chegou a compensar a redução, ou seja, o valor que chega para os postos ficou maior. Tem ainda a questão das distribuidoras, que nem sempre contam com o mesmo repasse previsto. O consumidor fica esperando baixar o preço quando a Petrobras realiza esses anúncios e gostaríamos muito de reduzir, até para estimular uma alta no consumo, mas nem sempre temos condições – analisa Martiningui.
O dirigente ressalta que o baixo impacto das quedas da Petrobras não é exclusividade de Caxias. Segundo a média semanal da gasolina medida pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço atualmente em Caxias é de R$ 3,88, o que representa R$ 0,03 a menos do que no final de outubro. Em Porto Alegre, no mesmo período, o preço passou de R$ 3,85 para R$ 3,82, queda igual de R$ 0,03.
Consumo baixou _ Um dos postos que apresentou baixa na pesquisa realizada ontem foi o LC. Na comparação com o último levantamento, o preço do litro da gasolina caiu R$ 0,08. Apesar da baixa no preço, a queda no consumo do setor não deve amenizada, avalia o gerente Evandro Daniel dos Santos:
– Nossas vendas dependem muito da economia. Com o desemprego em alta, a venda de combustíveis cai muito. Em relação a 2013, que foi o último ano acelerado na economia, a queda chega a 25% nas vendas – analisa.