Rodrigo Lopes
"Caxias do Sul até bem pouco ressentia-se da falta de um confortável e moderno hotel, onde pudessem se hospedar os forasteiros e as autoridades que visitam a cidade". Com essa breve introdução, o jornalista Duminiense Paranhos Antunes descrevia a chegada do Caxias Hotel, no início de 1946.
Irmãos Paranhos Antunes visitam Caxias do Sul em 1952
Conforme Antunes, o novo espaço, que "rivalizaria com os melhores da capital do Estado", tinha como sócios proprietários os empresários Dino Felisberto Cia, Carlos Leonardelli, Luiz Bertola e Guerino Isidoro Calcagnotto. Graças principalmente à gestão de Dino Cia, o majestoso espaço situado à Rua Vinte de Setembro (atual Hospital Saúde) logo se consagraria como um centro de atração de turistas do Estado e do país.
Naqueles tempos do pós-guerra, luxo mesmo era oferecer 25 apartamentos privativos, com banheiros, além de 20 quartos, todos com água corrente. Já o amplo salão de refeições, com 300 metros quadrados, trazia, entre outras novidades, iluminação direta, soalho de parquet e luz fluorescente, além de ser atendido por "pessoal competente e especializado".
Turbinado pela fama de sua cozinha - responsável por iguarias clássicas como o ravióli de espinafre, manteiga e sálvia, o frango recheado com manjerona, a maionese de galinha, os bifes à milanesa e a lendária sopa de aspargos-, o hotel foi destino de hóspedes ilustres entre os anos de 1947 e 1954. Pelas mesas do restaurante passaram nomes como o governador do Estado Walter Jobim, o então candidato a presidência da República pela União Democrática Nacional em 1950, Brigadeiro Eduardo Gomes (derrotado por Getúlio Vargas), o estadista gaúcho Osvaldo Aranha, os políticos Pedro Marques Vianna e Luiz Compagnoni, e os empresários caxienses Humberto Bassanesi e Américo Ribeiro Mendes.