Juliana Bublitz
O advogado Antônio Figueiredo Basto, que defende o doleiro Alberto Youssef, suspeito de liderar o suposto desvio de verbas da Petrobras, disse na tarde desta terça-feira, em Curitiba, que seu cliente era "uma mera engrenagem no esquema". Ao deixar a sede da Polícia Federal, onde Youssef está preso desde março, Basto também afirmou que ele "não tinha voz de comando".
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- Ele é uma mera engrenagem nesse esquema. Nunca comandou, nem tinha poder para isso. Primeiro, porque não era funcionário público. Segundo, porque não era agente político e não trabalhava em empreiteira. Ele era usado por todas essas pessoas para que o esquema pudesse se movimentar - disse.
A hipótese de que Youssef tenha praticado extorsão também foi rebatida pelo advogado.
- Ele não tinha voz de comando e nunca extorquiu ninguém. Não é um extorsionário. Isso eu quero deixar bem claro. Quero repelir essa acusação de extorsão - destacou.
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Cercado por jornalistas, o defensor confirmou a possibilidade de que o acordo de delação premiada firmado pelo doleiro possa ser homologado pela Justiça em um prazo de cerca de dez dias. Basto tem a expectativa de que Youssef venha a ser beneficiado pelo regime aberto.
- É cedo para falar disso, mas é uma expectativa que nós temos, pela efetividade da colaboração dele. Ele faz jus a um prêmio em razão da utilidade da sua colaboração para que se levantasse o tamanho dessa situação toda, que é espantosa - afirmou.
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Segundo a assessoria da PF, Youssef será ouvido até o fim do dia. A intenção é tirar dúvidas com o doleiro e confrontar informações repassadas por executivos detidos na sétima fase da operação, deflagrada no dia 14 de novembro, com a prisão de 25 pessoas, entre empresários e diretores da Petrobras.
Ao todo, os delegados responsáveis pela investigação somam mais de cem horas de gravações com Youssef. Os interrogatórios começaram em 2 de outubro e podem ser encerrados nesta terça-feira.
* Zero Hora