Gilmar Marcílio
Durante este ano, dediquei longos períodos para a leitura das obras de três autores que sempre estiveram presentes em meu dia a dia. Sêneca, preceptor de Nero e brilhante orador romano; Epiteto, ex-escravo e detentor de um saber que lhe devolveu a liberdade, e Marco Aurélio, imperador e filósofo. Todos viveram no início da era cristã. Suas lições pairam sobre nós a quase dois mil anos. É assimilando o que disseram, tentando colocar em prática seus ensinamentos, que tenho pautado minhas ações. A um primeiro olhar, acredita-se que estão a nossa disposição com facilidade. Nada mais enganoso. Isso exige uma disciplina e uma contenção que poucos parecem dispostos a inserir em seu cotidiano. A serenidade, pilar central de seus discursos, tem sido algo com que apenas sonhamos, uma espécie de sonho reservado para a aposentadoria. Por enquanto, parece-nos mais relevante vasculhar as minúsculas ações de famosos e anônimos nas redes sociais. E o que era um propósito tornou-se frustração mal digerida.
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