Adriana Antunes
Chegar a um lugar novo e desconhecido é sempre desafiador. Eu gosto de viajar, viajaria mais, se me fosse possível. Gosto de reconhecer os objetos, olhar os postes de luz, passear pelas ruas e perceber suas irregularidades, sentir o cheiro das flores, do mato ou do urbano, de observar as pessoas, saber quem tira o lixo, quem come o lixo, quem serve o café, quem é a pessoa que lê o jornal, quem é a que fica debruçada sobre a janela, de quem são as roupas coloridas penduradas no varal. Como não as conheço, invento histórias. Apenas miolos de histórias, sem início e nem fim, talvez embriões para um outro livro, talvez um nada sendo riscado no papel. Talvez. Serão felizes? O que as impede de ser?
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