
Encerraram-se os depoimentos de testemunhas desta semana da Comissão Processante, e o saldo é tímido. Os depoimentos atacaram seis tópicos da denúncia: relação jurídica entre prefeito e vice-prefeito; relação do Executivo com a Câmara de Vereadores; falta de consulta ao Conselho Municipal de Saúde; oferta de vagas na educação infantil; composição do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema); e descumprimento de metas do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. E pode-se dizer que apenas um deles submete o prefeito a uma exposição maior, por ter assinado uma ordem de serviço interna, em 13 de abril, que pretendeu tornar nulos os expedientes emitidos pelo vice, isso depois de a Justiça ter confirmado dias antes, em 5 de abril, que Ricardo Fabris permanecia, sim, como vice-prefeito. A ordem de serviço foi, no mínimo, uma imprudência e uma exorbitância do prefeito.
Os demais tópicos até agora não param em pé para amparar uma denúncia de impeachment. Ainda assim, impeachment existe para confrontar o voto popular, quando há razões gravíssimas para isso. Como interfere nesta soberania, de um mandato concedido pela população, não podem pairar dúvidas quanto à gravidade do ato cometido, a ponto de se tornar crime indiscutível de responsabilidade.
Os depoimentos seguem em ritmo lento, sem maiores polêmicas, a não ser trocas de farpas entre o relator da comissão, Edio Elói Frizzo (PSB), e o advogado Heron Fagundes. Para a semana que vem, estão previstos os dois últimos depoimentos e, depois, ao final, a oitiva de Daniel Guerra, que deve fazer esquentar o ambiente.
Apesar das farpas entre o relator Edio Elói Frizzo e o advogado de defesa Heron Fagundes, e do ambiente político tenso, ainda há espaço para descontração e informalidade. Ainda bem.
No intervalo entre os depoimentos da sessão de ontem da Comissão Processante, Frizzo (E), o líder do governo, Chico Guerra (PRB), e o presidente da Câmara, Alberto Meneguzzi (PSB), estampam largos sorrisos.
* A colunista Rosilene Pozza está de férias.