Ana Demoliner
Sediado há mais de 40 anos nos Pavilhões da Festa da Uva, o Grupo Escoteiro Moacara, de Caxias, teme perder o espaço que desenvolve as suas atividades neste ano. No dia 31 de maio, vence o contrato da entidade com a prefeitura e há um receio que a renovação não ocorra. Como forma de manifestação para que isso não ocorra, um abraço simbólico foi realizado na tarde do último sábado pelos escoteiros.
Conforme Elodi Araújo, diretor técnico do Moacara, o grupo atende atualmente 268 crianças e conta com cerca de 60 chefes. Ele ressalta que o trabalho educacional é feito de forma voluntária e contribui para a formação da comunidade.
- Temos uma carência de cidadania nas pessoas e os escoteiros buscam justamente contribuir com essa necessidade. Formamos pessoas do bem, líderes comunitários, agentes realmente transformadores e não temos outro lugar para ir - ressalta o diretor, acrescentando que os escoteiros costumam ajudar em muitas campanhas solidárias, inclusive as promovidas pela prefeitura.
O grupo permanece no espaço de cerca de 2 mil m² com um contrato de comodato, ou seja, um empréstimo gratuito, que sempre é renovado com o poder público. O temor neste ano ocorre porque haveria projetos da prefeitura de instalar um Museu do Vinho e outras atividades no espaço.
- A prefeitura nos cede o espaço, mas toda a estrutura foi o grupo que fez, inclusive a área construída de 500 m². O principal cartão postal dos Pavilhões, que é a área verde, foi a gente que preservou - destaca Araújo.
O espaço ocupado pelo Moacara fica atrás das famosas réplicas dos Pavilhões. Na próxima terça-feira, uma reunião do grupo de escoteiros está marcada para ocorrer com o prefeito Alceu Barbosa Velho. A ideia do encontro é reforçar a importância da renovação do contrato.