Adriano Duarte
Se já não estava fácil o dia a dia de quem depende do Instituto de Previdência do Estado (IPE), a situação complicou ainda mais neste verão com o corte de verbas do governo do Rio Grande do Sul.
Sem funcionários, postos de atendimento aos segurados estão de portas fechadas para férias. Quem precisa de autorização para exames, requisições e outros serviços ficou desamparado. Em Caxias do Sul, a unidade que atende junto ao Palácio do Comércio, no Centro, interrompeu as atividades no dia 19 de janeiro. A reabertura está marcada somente para o dia 9 de fevereiro.
O posto de Farroupilha, que poderia receber moradores de Caxias no período, fechará no dia 4 de fevereiro. Paradas temporárias também ocorrem em outras cidades da Serra como Bento Gonçalves.
O posto de Caxias conta com apenas uma funcionária, liberada para férias. Em anos anteriores, o Estado designava substitutos de outros municípios mediante pagamento de diárias. Com o rigor nas contas públicas anunciado pelo governador José Ivo Sartori (PMDB), que inclui a suspensão de pagamentos por 180 dias, a substituição temporária foi vedada.
Fechar unidades tem sido a solução do IPE. A assessoria de imprensa da instituição confirmou a suspensão temporária de atendimento em cidades que só contam com um funcionário no Estado. O instituto tem 1 milhão de segurados no RS.
O técnico de áudio Adão Oliveira, 46 anos, e a esposa Jocelaine Silva, 47, estavam com dificuldades para encontrar um anestesista solicitado pelo médico da família. Nesta semana, Oliveira esteve no IPE de Caxias e encontrou o cartaz informando sobre as férias da única atendente. Ficou sem saber a quem recorrer.
Porto Alegre mantém atendimento, mas os beneficiários precisam pagar as passagens e perder horas no deslocamento.
- Isso é uma falta de respeito. Sem falar que fui na Capital buscar a liberação para uma prótese e agora não há empresas interessadas em vender o produto para o IPE. Estamos abandonados - desabafa Oliveira.
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