Adriano Duarte
Agentes de delegacias de Caxias do Sul e de São Leopoldo estão empenhados para elucidar o desaparecimento do gerente de produção Ivanildo José Araldi, 43 anos. Ele sumiu em Caxias na quinta-feira, dia 11 de dezembro, depois de ser abordado por dois homens, um deles armado. O ataque aconteceu quando Araldi chegava em casa, no Loteamento Paiquerê, zona leste da cidade.
O homem foi mandado para o banco traseiro de sua Ecosport vermelha e não manteve mais contato. No sábado, a polícia localizou o veículo depenado em São Leopoldo. A possibilidade de sequestro é remota uma vez que não houve pedido de resgate.
Descrito por familiares e colegas de trabalho como um homem sério e honesto, Araldi se mostrava abatido nos últimos dois meses por conta de problemas pessoais, que estão sendo investigados pela polícia.
Um dos delegados responsáveis pelo caso, Mário Mombach, diz que a meta é montar o perfil do trabalhador e a rotina de sua vida. Mombach, porém, mantém os detalhes em sigilo. A polícia também solicitou perícia na Ecosport. Amigos, colegas de trabalho e familiares já prestaram depoimento. Algumas informações estão sendo fundamentais para direcionar o trabalho dos agentes.
Até o momento, sabe-se que dois veículos teriam relação com o suposto sequestro: um Palio branco e um Tipo verde. O Tipo tinha placas de outra cidade e foi visto na rua onde Araldi reside com a mulher Roseli de Fátima Pedroso, 35 anos, e uma filha de sete. O carro passou em baixa velocidade, cerca de 30 minutos antes de o gerente de produção chegar do trabalho.
Mais tarde, três homens passaram pela mesma rua em um Palio branco. Dois usavam toucas ninja e desembarcaram do veículo assim que Araldi estacionou na frente de casa. A dupla rendeu o trabalhador e levou o refém dentro da Ecosport. Um dos bandidos usava moletom vermelho e o outro vestia uma camisa salmão.
- Não dá para definir se é roubo ou desaparecimento. Muitas coisas ainda não estão claras, mas estamos dedicados a esclarecer isso o quanto antes - reitera Mombach.
Na manhã desta terça-feira, Roseli, mulher de Araldi, conversou com o Pioneiro. O casal tem relação estável desde 2002. Ele nasceu em Vacaria e se mudou há muitos anos para Caxias. Já Roseli morava em Dois Vizinhos (PR), e veio para Caxias em 1992. Há cerca de um mês, o casal trocou um apartamento da área central pelo sobrado no Paiquerê. Ela diz que está assustada com o crime e desconhece motivos para o sumiço:
A senhora suspeita do que pode ter ocorrido?
Roseli: está difícil de saber. Pode ser assalto, pode ser qualquer coisa. A princípio pensamos que fosse sequestro, mas não parece que é.
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