Patrícia, atual mulher de Eduardo Farenzena, autor confesso do assassinato da representante do concurso Miss Itália Nel Mondo Caren Brum Paim, entrou recentemente com uma ação de divórcio, segundo o promotor de Justiça Rodrigo de Oliveira Vieira. Ela teria desistido em seguida e retomado o relacionamento. Farenzena será julgado pela morte de Caren nesta sexta-feira. Ele está na Penitenciária Regional de Caxias do Sul, na localidade do Apanhador.
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Os advogados de defesa de Farenzena, Ivandro Bitencourt Feijó e Maurício Adami Custódio, confirmam o pedido de divórcio. Ele teria sido solicitado por Patrícia na metade do semestre deste ano, que desistiu meses depois. Patricia irá depor no julgamento a favor do marido e é a única testemunha da defesa. A reportagem do Pioneiro entrou em contato com ela, que preferiu não conceder entrevista.
- O que eu tiver para falar sobre isso será amanhã (sexta) no Tribunal.
A mulher conheceu Farenzena enquanto ele estava preso. Ela é evangélica da Igreja Quadrangular e escreveu uma carta para ele. Eles iniciaram uma troca de correspondências e ela passou a visitá-lo na cadeia. O namoro virou casamento em 2012.
Na época, ela conversou com a Rádio Gaúcha Serra. Confira trechos da entrevista:
Gaúcha Serra: Com que sentimento o Eduardo fala das pessoas que ele matou?
Patrícia: Com muito arrependimento, muito sofrimento, muita dor. Não é fácil falar. Não excito o nervosismo dele, porque eu sei que é muito difícil, assim como é para mim, como cada vez que sai uma matéria na TV, é para ele, para a família dele, para as famílias das pessoas. Ele se arrepende. Não tem como voltar atrás, o sofrimento dele será constante.
Gaúcha Serra: Ele se emociona, demonstra arrependimento?
Patrícia: Se emociona. Chora muito, muito. Não chora por estar preso, por estar passando o que passa. Aos olhos do mundo, a cadeia é a melhor coisa do mundo, e não é. Pela família e por não ter como voltar atrás, ele sofre, sim.
Gaúcha Serra: Vocês conversam sobre o futuro? Sobre viajar, caminhar no parque, andar na praia...
Patrícia: Ele fala mais sobre as faltas que ele tem do que do nosso futuro. Não sei. A gente pretende ir embora de Caxias, porque a gente é visado aqui, né. Ele bem mais do que eu. Não quero ser reconhecida como "a mulher do Farenzena", mas "a mulher do Eduardo", uma pessoa normal. Até porque o sobrenome, infelizmente, é impactante.
Gaúcha Serra: Os crimes que ele cometeu foram passionais. Tens receio de que uma briga entre vocês possa desencadear algum sentimento?
Patrícia: Não. O Eduardo é uma pessoa totalmente controlada e carinhosa. Teve problemas na vida, mas ele é controlado. Aquilo aconteceu no calor da emoção. Não foi uma coisa pensada, planejada.
Gaúcha Serra: Não tens medo de que possa acontecer outra vez?
Patrícia: Não. Até porque confio demais nele e ele confia demais em mim. O que sinto por ele e ele sente por mim é amor de verdade, com cumplicidade, fidelidade. Quando tu sabes com quem estás vivendo, não tem por que ter medo.