Beneficiados por uma lei defasada e pela falta de fiscalização, alguns concessionários e permissionários transformaram o serviço de táxi em um grande e lucrativo negócio em Caxias do Sul, a exemplo do que ocorre em Porto Alegre.
Mesmo proibidos, o aluguel e a venda de pontos públicos se tornaram comuns a ponto de as transações terem o assessoramento do Sindicato dos Taxistas (Sinditáxi). As irregularidades não são novidade, acontecem há mais de uma década. Contam, inclusive, com uma tabela de preços para locação e venda.
A prefeitura diz desconhecer as negociatas. Não é preciso muito esforço, porém, para constatá-las. Durante 10 dias, o Pioneiro investigou os esquemas. Um repórter se fez passar por alguém interessado em comprar ou alugar um veículo no qual a concessão está sob o controle da Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade.
Hoje, por exemplo, é possível comprar um táxi por até R$ 400 mil em um ponto de bastante movimento, como a rodoviária. Em praças menores, mais afastadas da área central, a venda sai por cerca de R$ 200 mil. Os rendimentos justificam os altos valores cobrados pelos concessionários ou permissionários. Um táxi pode gerar de R$ 5 mil a R$ 20 mil mensais, dependendo da área em que atua.
Para concretizar o negócio, compradores e vendedores recebem orientações de funcionários do Sinditáxi. A tática é fazer com que a venda pareça apenas uma transferência simples de placa, como são chamadas as concessões ou permissões.
Nos últimos anos, nenhum taxista perdeu a concessão ou permissão em Caxias por conta de irregularidades. A prefeitura raramente recebe denúncias sobre aluguel ou venda.
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