O estudo de atividade sísmica realizado em Caxias do Sul pelo Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) entre 15 de janeiro e 2 de fevereiro não detectou nenhuma atividade sísmica na cidade. Apesar disso, o órgão recomenda a instalação imediata de uma base sismográfica permanente na cidade (que pode registrar tremores em todo o planeta) e de outras quatro estações de período curto (equipamentos com menor abrangência).
Os trabalhos da UnB foram contratados pela prefeitura em dezembro de 2009, após moradores de vários bairros relatarem a ocorrência de tremores.
O monitoramento na cidade foi realizado por meio de seis bases sismográficas compostas por um sismômetro (aparelho que mede a vibração do solo) e um digitalizador (que registra em números os tremores). Os equipamentos foram instalados em áreas sem movimentação de pedestres ou veículos.
Em relação à segunda parte dos trabalhos, a aplicação de questionários à população, o estudo alerta que os maiores efeitos foram observados nos bairros Jardim América e Fátima, mas aponta que isso não exime outras localidades em caso de tremor futuro.
Em um documento enviado ao secretário municipal de Meio Ambiente, Adelino Teles, o professor explica que Caxias do Sul está sobre uma falha geológica com atividade conhecida desde 1974, mas de pequena magnitude. Os registros mais recentes podem indicar a reativação dessa falha, um fenômeno natural.
- Tudo que tivemos até hoje foram registros mínimos. Mesmo o mais forte (em novembro de 2008) não causou nenhuma rachadura. É pouco provável que aconteça algo - diz De França.
Nesta quarta-feira, o chefe do Observatório Sismológico chegará a Caxias para apresentar o estudo completo ao secretário. Com o documento em mãos, Teles afirma que a prefeitura buscará um convênio com a Universidade de São Paulo (USP), que possui os equipamentos para a instalação da base permanente. O monitoramento seria feito por profissionais do departamento de geofísica da Universidade Federal do Pampa, com sede em Caçapava do Sul. A prefeitura ficaria responsável por ceder um terreno com as dimensões recomendadas pelos pesquisadores. O custo seria bancado pelo município, mas o secretário afirma que a concretização de uma parceria vai depender dos valores pedidos pela USP.
- A prefeitura tem interesse, mas claro que não pode ter um custo absurdo. Vamos tentar também uma parceria com a Petrobras - afirma Teles.
Além das universidades, De França recomenda a ação da Defesa Civil no trabalho de orientação da comunidade para evitar sustos desnecessários em caso de nova ocorrência.
- Esse resultado nos dá mais segurança para dizer que ninguém precisa ficar preocupado. Não há perigo para a população - reforça o secretário.
O estudo encomendado pelo município custou R$ 32 mil aos cofres da prefeitura.
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