
A Polícia Civil de Caxias do Sul não tem dúvidas sobre a autoria dos tiros que feriram duas meninas na saída dos alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Luciano Corsetti, no bairro Kayser, no início da noite de quinta-feira. Nesta segunda-feira, a Delegacia de Homicídios oficializa as diligências necessárias para representar pela prisão do suspeito — que não teve o nome divulgado. Uma das preocupações da investigação era a possibilidade do ataque ter por alvo a escola ou os alunos — o que está descartado.
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De acordo com a delegada Suely Rech, a tentativa de homicídio era contra um homem específico e foi motivada por um desacerto comercial. O alvo era um homem de 33 anos que estava na esquina da Travessa Santa Maria, onde ocorre a saída dos alunos. Assim, as meninas foram vítimas do descontrole da situação.
— É preciso ficar claro que não foi um atirador que disparou a esmo contra as crianças. Foi uma situação pontual e que tinha um alvo específico, mas que infelizmente teve este desfecho com crianças feridas — afirma a delegada que responde interinamente pela Delegacia de Homicídios.
A motivação do ataque, segundo a Polícia Civil, foi a venda de uma motocicleta ocorrida em 2016. A vítima e o autor dos tiros eram amigos de longa data, mas tiveram diversas desavenças a partir da negociação. Em depoimento, a vítima relatou que pagou metade do valor à vista, mas não teve condições de cumprir o acordo. Com o fracasso do negócio, ele devolveu o veículo e pediu a devolução do dinheiro. As conversas sobre os valores motivaram diversas discussões entre os dois.
— Há um autor identificado e a motivação está esclarecida. O desacerto comercial e as ameaças veladas culminaram neste ataque. Este caso é uma prioridade — complementa a delegada Suely.
Alvo do ataque, o homem de 33 anos segue internado no Hospital Pompéia. Seu quadro é considerado estável e ele segue acomodado em um quarto apenas para observação. A menina de seis anos que teve o rim perfurado segue na UTI Pediátrica do Hospital Geral. A outra estudante, que também tem seis anos, foi ferida de raspão na cabeça, recebeu atendimento no Pronto Atendimento 24 Horas (Postão) e teve alta médica ainda no dia do ataque.