Um dos revólveres apreendidos pela Brigada Militar (BM) após a perseguição que resultou na morte de Lucas Raffainer Cousandier, 19 anos, em Caxias do Sul, na semana passada, pertence a um morador da cidade. A outra arma tem a numeração raspada e a procedência não foi comprovada.
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A informação consta no inquérito aberto pela corporação. O dono dessa arma foi localizado pela reportagem na tarde desta segunda-feira. O homem, que pediu anonimato, só concedeu informações ao Pioneiro por meio de um familiar. Segundo a versão dele, a arma tem registro e teria sido levada da casa de um vizinho numa suposta ação da BM entre terça ou quarta-feira da semana passada. A perseguição e a morte de Cousandier ocorreram na madrugada de quinta-feira.
Cousandier era passageiro de um Ford Ka conduzido pelo amigo Felipe Veiga, 22 anos. Veiga fugiu da abordagem da BM porque estava embriagado e temia ser preso. No carro, também estava Tiago Signor, 22. Conforme a versão dos policiais, os ocupantes do Ka atiraram contra a viatura e, ao revidar, atingiram Cousandier.
Os jovens admitem que fugiram da polícia por medo de multa e prisão, mas negam ter atirado. Eles afirmaram, na delegacia, que não portavam nenhuma arma. A BM apresentou na delegacia dois revólveres que estariam dentro do carro, entre eles, a arma que pertence ao morador de Caxias.
Segundo o dono, o revólver estava guardado na casa do vizinho por precaução. Ele disse à reportagem que viajou na semana passada e deixou-o aos cuidados da família que mora na casa em frente.
Ainda conforme a versão dele, o vizinho teria sido denunciado por causa de uma briga, o que gerou uma ocorrência da BM. Durante o suposto atendimento na moradia, a arma teria sido recolhida por PMs.
Quando retornou da viagem, o proprietário da arma foi procurado pela corregedoria da BM e soube que ela estava dentro do carro onde Cousandier foi baleado.
Com medo, o homem acionou um advogado e prestou depoimento aos investigadores militares na sexta-feira passada. A arma tem registro, e ele garante ser dono do revólver há muitos anos.
Os três policiais envolvidos no caso foram afastados do policiamento de rua enquanto prosseguem as investigações. O caso é apurado internamente pela BM e também pela Delegacia de Homicídios e Desaparecidos.