O Ministério Público ofereceu denúncia contra os policiais militares envolvidos na perseguição que resultou na morte de Lucas Raffainer Cousandier, 19 anos, no início do mês, em Caxias do Sul.
Emerson Luciano Tomazoni, Gabriel Modesto Ceconi e Devilson Enedir Soares permanecem presos no Batalhão de Polícia de Guarda da Brigada Militar, em Porto Alegre. De acordo com a denúncia assinada pela promotora Silvia Regina Becker Pinto, os três são acusados de matar Cousandier e de tentativas de homicídio contra Felipe Veiga e Tiago Signor. Os jovens estavam num carro e fugiram de uma abordagem da BM na madrugada de 4 fevereiro. Na perseguição, Cousandier foi baleado e morreu no hospital.
Tomazoni, Ceconi e Soares responderão pelos crimes de homicídio duplamente qualificado (por motivo torpe e meio que dificultou a defesa da vítima) e duas tentativas de homicídio, também duplamente qualificadas. Os três responderão também por denunciação caluniosa, pois tentaram incriminar os jovens atirando contra a própria viatura e colocando armas no carro deles, conforme o MP.
Além disso, os três PMs e os colegas Miége dos Santos Fortes e Diego da Rosa Gonçalves foram responsabilizados por fraude processual. Gonçalves e Fortes deram apoio após a perseguição e retiraram Signor e Veiga do local enquanto os colegas alteravam a cena do crime, conforme o MP.
Busca sem mandado
Além do caso acima, os policiais Emerson, Gabriel e Devilson responderão por outros três crimes, em ocorrência ocorrida no dia 1º de fevereiro. Naquele dia, ambos entraram em duas residências pertencentes a dois comerciantes, no mesmo terreno, alegando uma denúncia de que haveria drogas e armas no local. Além de não terem mandado judicial, também se aproriaram do revólver registrado em nome de um dos comerciantes (arma envolvida na ocorrência de 4 de fevereiro).
O trio responderá pelos crimes de abuso de autoridade (pela falta de ordem judicial), peculato (por se apropriarem da arma ao invés de apresentá-la na Delegacia) e porte ilegal de arma de fogo (por manterem a arma em seu poder até o dia do homicídio).
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