Sem dinheiro para a ceia, o borracheiro Ademir Ireno Monteiro, 45 anos, preferiu comemorar a chegada do Ano-Novo sem muito alarde. Para isso, colocou cadeiras no pátio de casa, abriu o portão da casa e chamou um amigo para conversar. Homens não identificados se valeram da exposição de Monteiro e o mataram a tiros. Esse foi primeiro homicídio de 2016 em Caxias do Sul - em 2015, foram 113 assassinatos.
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A morte do borracheiro ocorreu por volta das 1h30min de sexta-feira, na Rua Sady Antunes Souza, via de chão paralela à Luiz Covolan, no bairro Reolon. Ninguém soube apontar suspeitos. Sabe-se apenas que os atiradores estavam num carro e teriam disparado da janela do veículo contra Monteiro, versão que depende da investigação da Polícia Civil. O amigo que estava com o Monteiro havia saído pouco antes do assassinato para ir a um bar e não presenciou o ataque.
Vizinhos disseram à reportagem que confundiram o barulho dos tiros com fogos de artificio. Só depois perceberam o corpo do borracheiro estendido no chão, de onde só foi removido por volta das 6h.
- Ele estava muito quieto nos últimos dias, aconteceu alguma coisa. Ele era um homem bom, era borracheiro e também catava material de reciclagem. Aproveitaram que estava sozinho e não tinha ninguém na rua para fazer isso - conta uma mulher que pediu o anonimato.
Além de consertar pneus e catar material reciclável, o homem fazia transportes ocasionais com uma Kombi. Recentemente, o borracheiro teria sido ameaçado por um homem devido a um desacordo relacionado ao pagamento de um frete.
Monteiro era pai de cinco filhos de dois relacionamentos diferentes. Atualmente, estava solteiro e morava com um filho de 15 anos. O adolescente se divertia com amigos no momento do crime.