O bairro Rio Branco, em Caxias do Sul, tem uma área de sombra marcada pela violência a partir das ruas Tronca, Marechal Floriano e transversais. Não era assim até pouco tempo atrás. Uma data, porém, evidencia essa mudança. Em setembro de 2013, o psicólogo Samuel Eggers, 24, morreu ao reagir a um assalto na Henrique Dias. Em maio deste ano, Maurício Vebber não sobreviveu a golpes de faca desferidos por um assaltante na esquina da Marechal Floriano com a Tronca, a três quadras da Henrique Dias.
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A comerciante Nirce Mathyas percebeu a alteração na rotina porque também foi vítima. Ladrões entraram a lancheria dela na Marechal e fizeram reféns. Uma lanchonete na vizinhança também foi invadida por criminosos.
- Está ruim de noite. Vemos pessoas sem relação com o bairro ou o comércio por aqui. No caso daquele rapaz morto a facada o crime foi cometido por um homem que morava na rua. Também tem muita gente que usa o caminho para ir ao Parque dos Macaquinhos consumir drogas. Ainda acho que o Pio X é pior do que aqui, mas nossa região mudou bastante - pondera Nirce, que atende de portas do comércio no início da noite.
Lourdes muda de cenário ao anoitecer
Parte do bairro Lourdes, em Caxias do Sul, é assolada por situações que surgem ao anoitecer: prostituição na rua, vai e vém de drogas, assaltos em paradas de ônibus e outros crimes que tiram a tranquilidade de muita gente. Os problemas ocorrem na Avenida Júlio de Castilhos, avançam pela Humberto de Campos e se estendem até a BR-116, no trecho do Monumento ao Imigrante ao Hospital Geral. Em agosto de 2013, o empresário Clelio Marcansoni Provin, 65, morreu a tiro durante um assalto na Humberto de Campos.
A escadaria que liga a via entre a Júlio e a Pinheiro Machado também é ponto de junção de prostitutas, travestis e drogados. Mais acima, na esquina da Humberto com a Vinte de Setembro, poucas pessoas têm coragem de circular, principalmente na calçada ao lado do Parque da Imprensa, onde não há iluminação. Muitas vezes os roubos são estimulados pelo vício em crack.
- É preciso ter jogo de cintura. Eles (drogados) pedem um copo d'água, um pouco de comida e até um trocado. Temos que manter boas relações. Mas não é fácil. Coloquei grade na porta de casa e reforcei as janelas por dentro. Meus vizinhos já tiveram casas arrombadas - diz o maître de clube João Carlos de Oliveira, morador há cinco da Rua Humberto de Campos.
Na BR-116, também em Lourdes, o risco é aguardar ônibus ou simplesmente andar pela rodovia à noite. Os assaltos a pedestres são comuns, e a rodovia é uma das mais visadas para esse tipo de delito na cidade.