A Polícia Civil diz que é cedo para relacionar as mortes do advogado Nilton José Roratto e do filho mais novo, Marcos Aurélio, assassinados com três meses de diferença, em São Marcos.
Em março deste ano, o advogado foi morto a tiros na própria casa, na Rua Bonfilho Nicoletti, bairro Henrique Pante, por um apenado que invadiu a residência. Desde então, Marcos Aurélio, que trabalhava no sítio da família na Linha São Luiz, dormia na casa onde o pai morava para fazer companhia à madrasta. Na noite desta sexta, Marcos Aurélio levou três tiros na frente da casa de uma vizinha.
- Tudo indica que foi uma emboscada, que quem atirou esperava por ele. Fizemos levantamento do local do crime, perícias e vamos ouvir testemunhas. Mas é cedo para avaliar se há relação entre a morte de pai e filho. As investigações estão no início - afirmou o delegado Luciano Pereira.
Na morte de Nilton, a Polícia Civil indiciou e o Ministério Público denunciou o apenado Cleyton Bonete de Moura Goltz, 22 anos. O jovem foi preso três dias depois do assassinato, mas se manteve em silêncio, sem revelar porque matou Nilton. Para o MP, Goltz é apenas o executor do crime, mas a investigação não chegou ao mandante.
- É provável a relação entre os casos, embora não tenhamos ainda prova sobre a autoria - falou o promotor de Justiça Evandro Kaltbach.
Hipótese levantada na época indicava que Nilton defendeu um cliente num processo de desacordo comercial. A outra parte, prejudicada pela decisão judicial, teria ameaçado pessoalmente o advogado e seu cliente. Coincidentemente, dias depois, Nilton foi executado dentro de casa por Goltz.
Quanto ao caso do filho do advogado, Marcos Aurélio, ainda não é possível estabelecer se a morte foi encomendada pelo mesmo homem. Familiares e amigos afirmam que o jovem não tinha envolvimento com crimes, mantinha boas relações e não teria motivo aparente para ser executado.
A única exceção era a proximidade de Marcos Aurélio com o homem que ameaçou a família: os dois conviviam na mesma cidade de 21 mil habitantes. Não há acusação formal contra esse homem.
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