As vésperas de completar o primeiro trimestre do ano, Caxias contabiliza 22 assassinatos. O número equivale a uma morte a cada quatro dias. O número representa redução, ainda que pequena, se comparado aos últimos anos. Entre 2012 e 2014, uma morte era registrada a cada três dias. Porém, enquanto no ano passado nenhum latrocínio havia sido registrado até o final de março (o ano encerrou com três), só dois já foram contabilizados em 2015.
Das vítimas de assassinatos deste ano, 19 eram do sexo masculino e três, feminino. Doze delas tinham entre 18 e 35 anos. Repetindo o mesmo padrão dos últimos anos, a maioria das vítimas tinha registros de uma vida ligada ao crime. Doze tinham antecedentes policiais e 10 passagens pelo sistema prisional: um no regime semiaberto, seis em liberdade provisória e três foragidos. Destes, oito foram mortos a tiros e dois com objetos cortantes.
Vinte homicídios estão a cargo da Delegacia de Homicídios e Desaparecidos de Caxias. Nove deles tiveram autoria identificada e inquérito remetido ao Ministério Público. Oito estão presos e um responde em liberdade. Desavenças e cobrança de dívidas são a motivação de sete assassinatos.
- A apuração dos homicídios é nossa prioridade. No ano passado, fizemos uma força-tarefa e concluímos 390 inquéritos. Não temos mais casos anteriores a 2013. Isso nos permite tratar com prioridade os casos atuais - explica o delegado Guilherme Gerhardt.
Entre os crimes de maior repercussão, está o de Aldair Inácio da Silva, 20 anos, morto a tiros na saída de uma partida de futebol. Até a prisão preventiva do suspeito, Adélcio Luiz Zanatta, a família organizou manifestações em frente ao Palácio da Polícia. Um dos casos mais recentes e que aguarda solução é o de Vera Maria Batista Wolff, 67 anos. De acordo com testemunhas, ela foi chamada pelo próprio nome ao portão da casa. Lá, os criminosos atiraram e fugiram. Na mesma noite, os dois foram presos pela Brigada Militar. As investigações estão em andamento.