Uma doméstica de 36 anos viu a vida dela e da família virar ao avesso em dezembro passado. Ela foi obrigada a largar o emprego que tinha pela manhã para prestar assistência ao filho de 9 anos, vítima de abuso. O principal suspeito de cometer este e outros dois casos é um bombeiro de 26 anos.
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- Minha vida parou depois do que aconteceu. Ele ainda chora muito e qualquer situação ou pessoa estranha já o deixa agitado. Ele não quer mais ficar sozinho e só consigo trabalhar quando ele está na escola ou é cuidado pelos irmãos, de 15 e 21 anos - relata a mãe.
Na tarde de quarta-feira, ela e outras duas mães acompanharam os filhos até a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), onde foi realizado o reconhecimento do suspeito pelas vítimas. Além do garoto, uma menina de 11 anos e um rapaz de 14 também apontaram o suspeito como autor
- Quando enxerguei ele na rua, na saída da delegacia, além da vontade de bater, me deu um nojo muito grande. Não consigo acreditar que um homem, mesmo sendo pai de família, á capaz de um ato como esse - desabafa a doméstica.
O garoto, assim como outras tantas vítimas de abuso que passam pela DPCA todas semanas, será encaminhado para a casa Apoiar, onde receberá atendimento psicológico. A expectativa da mãe e da polícia e de que ele não desenvolva traumas e também auxilie as investigações com outras informações até então postas em dúvida.
- Apesar dele (o filho) ter dito que o bombeiro não o encostou, o laudo da perícia apontou que existem algumas fissuras anais. Esperamos que ele consiga se abrir com a psicóloga e conte se aconteceu mais alguma coisa - pondera a mãe.
O suspeito seria encaminhado na sexta-feira para Porto Alegre para ficar sob a custódia da Brigada Militar (BM). O nome dele é mantido em sigilo porque ainda não há indiciamento.
- Falta a gente concluir algumas diligências. Possivelmente, na semana que vem, vamos submeter o inquérito ao Judiciário - explicou a delegada Suely Rech.
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