Apontado pela Polícia Federal (PF) como grande importador de drogas do Paraguai, o empresário Loreno Scarton, 74 anos, está recolhido preventivamente no Presídio Estadual de Bento Gonçalves desde as 21h de terça-feira.
Também estão em celas desde aquela noite os irmãos Darci, 47, e Auri Fleck, 37, que seriam distribuidores de Scarton, e mais seis pessoas capturadas na manhã de terça-feira na Operação Antares.
Desenvolvida pela Delegacia da PF de Caxias do Sul, a ação cumpriu uma série de mandados de prisão e de busca e apreensão em Bento Gonçalves e em outros municípios gaúchos. Simultaneamente, a Delegacia da PF de Itajaí realizou em Santa Catarina a Operação Monte Alegre, que também investigou a rede de tráfico de cocaína e maconha envolvendo Aristides Ayala Elizeche, 42.
O paraguaio, que foi capturado pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai, terça-feira, em um laboratório de drogas em Ciudad Del Este, era foragido da Justiça brasileira e procurado pela Interpol.
De acordo com o delegado Noerci da Silva Melo, da PF de Caxias, o empresário de Bento e o traficante paraguaio tinham uma amizade por interesses comerciais ligados ao narcotráfico. Dono da Gescal, empresa do ramo moveleiro, Scarton aproveitaria a importação de resíduos plásticos recicláveis utilizados como matéria-prima para trazer à Serra drogas em fundos falsos de caminhões, segundo o delegado.
Na terça-feira, a família do empresário contatou os advogados Cícero Corrêa Lima e André Busnello, com escritório em Porto Alegre, para iniciarem a defesa de Scarton. Na manhã desta quarta-feira, Cícero falou ao Pioneiro que ainda não viu todo o inquérito para se manifestar sobre a situação do cliente.
- Fomos a Bento Gonçalves na terça-feira. Mas como a ação teve a participação de cinco ou seis delegados e houve várias prisões, o inquérito foi fragmentado. Então, não pudemos avaliar toda a situação. Advogamos para a empresa do grupo familiar do empresário. Como não atuamos na área penal, outro advogado deverá fazer a defesa - explicou o advogado.
Conforme o chefe de segurança do presídio de Bento, José Ribeiro, Scarton e as outras oito pessoas presas com ele estão em celas separadas. A polícia não havia divulgado os nomes dos presos.