Marcelo Mugnol
A morte é um choque. Por pior que seja a enfermidade, há sempre um fio de esperança, mesmo que tênue, que espirituais ou ateus se agarram com a mesma bravura. O anúncio da morte causa uma dor intensa, apesar do nível de fé, porque deixa um buraco que expõe a falta dessa pessoa. Aí vem a pandemia de coronavírus e o luto, que sempre foi uma etapa triste, tende a deixar esse processo ainda mais tenso. Porque na hora de dizer adeus, não será mais como antes. É que os velórios mudaram, por determinação dos protocolos das organizações de saúde e dos decretos municipais. A mudança mais impactante será para as cerimônias de despedidas das pessoas que morreram por covid-19, como é o caso do aposentado Etelvino Mezzomo, 64 anos, ontem, em Bento Gonçalves.