
A prefeitura de Nova Petrópolis decidiu cancelar o uso de carros da Estratégia da Saúde da Família (ESF) para o transporte de servidores entre o centro da cidade e os postos de saúde. A medida, em vigor desde o início do ano, provocou um protesto de funcionários públicos na manhã desta terça-feira (15).
Um dos apontamentos é que o município não paga vale-transporte. O benefício está previsto, mas depende de regulamentação. Uma assembleia na noite desta terça-feira vai tratar do tema no Sindicato dos Servidores Municipais (Sindiserv). Outra alegação é que pontos do interior do município não têm transporte coletivo com regularidade. Os servidores consideram ainda que não há economia para o município, já que eles faziam o transporte de materiais esterilizáveis, medicamentos e lixo contaminado entre as unidades básicas de saúde (UBSs) e a Secretaria da Saúde. Agora, viagens têm de ser feitas especificamente para isso.
A presidente do Sindiserv, Goreti Lenoz, avalia que a medida traz desvalorização aos servidores. Segundo ela, as equipes sofreram desgaste emocional com a situação e isso acaba afetando também o atendimento aos pacientes.
A secretária da Saúde de Nova Petrópolis, Andréia Siqueira Frota, justifica que a restrição foi adotada porque acidentes provocaram avarias nos veículos e funcionários tiveram o valor do conserto cobrado, o que gerou desconforto. O uso se tratava de um acordo informal, sem um motorista responsável. Agora, os carros seguem disponíveis apenas para atendimentos domiciliares a pacientes, objetivo para o qual foram adquiridos.
Segundo a secretária, a medida trouxe outros benefícios, como o funcionamento por mais tempo dos postos de saúde. Por exemplo, antes os servidores batiam o ponto na Secretaria da Saúde às 7h30min e, depois, se deslocavam para as UBSs. Agora, registram o início da jornada no próprio local de trabalho e, portanto, podem iniciar os atendimentos logo em seguida. Para ela, isso é um indicativo de que há economia nos recursos públicos. A coleta do lixo contaminado passará a ser feito por uma empresa contratada. Medicamentos e outros materiais estão sendo transportados por motoristas.
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A prefeitura também tenta negociar para que a empresa do transporte coletivo ofereça mais horários de ônibus para a localidade de Pinhal Alto, para onde há dificuldade de deslocamento pela manhã. Por enquanto, segundo a secretária, a equipe continua sendo levada de carro. Na Linha Temerária, outro ponto de difícil acesso, as equipes permanecerão com o transporte de carro. Essa é a única ESF de Nova Petrópolis com profissional do Mais Médicos. Segundo a secretária, o programa federal prevê o direito ao transporte para ele e não faria sentido que o restante da equipe tivesse de se deslocar de outra maneira.
Higienizadores e auxiliares de serviços gerais também continuam com o transporte de carro. A secretária diz essas equipes fazem serviço em diferentes pontos da cidade no mesmo dia, dificultando o uso do transporte coletivo.
A ordem de serviço restringindo o uso dos carros foi publicada dia 26 de dezembro e vale desde 2 de janeiro. A medida se aplica a servidores, estagiários e residentes. Nova Petrópolis tem sete unidades básicas de saúde. Cada uma tem um veículo à disposição.