
Se você é caxiense, deve lembrar dos pórticos que, espalhados pela cidade, indicavam o caminho até os pavilhões da Festa da Uva, no Parque de Eventos Mário Bernardino Ramos. Pois, para quem tem circulado pelas ruas de Caxias nos últimos tempos, a chamada visual para o evento pode até ter passado desapercebida. É que algumas das estruturas foram retiradas e em seu lugar foram instaladas novas. Só que a identidade da Festa, por enquanto, está bem mais modesta.
Em outubro, a comissão comunitária foi notificada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) de que as estruturas não obedeciam ao padrão estabelecido pela Lei Municipal 412 de 2014, que dispõe sobre a comunicação visual. Além disso, a organização da Festa fez um mapeamento que identificou que dos 80 pórticos inicialmente instalados, nove haviam caído, ou em função de acidentes de trânsito ou de outras intercorrências, restando 71. Ocorre que por estarem fora das normas, eles não podem ser utilizados.
— Os pórticos fizeram um excelente serviço por muitos anos, mas eles não estão adequados à nova lei de audiovisual — comenta a presidente da comissão, Sandra Randon, referindo-se à legislação que é a mesma que estipula regras para as fachadas e letreiros.
Em setembro deste ano, as antigas estruturas metálicas começaram a ser retiradas. Até o momento, foram removidas cerca de 20 unidades e recolocadas 15, todas na área central. Um dos novos pórticos é o que fica na esquina das ruas Sinimbu com Dr. Montaury, junto à Praça Dante Alighieri. Ele é tubular laranja e praticamente todo o espaço dos banners é ocupado com a propaganda de uma escola. Apenas uma área no canto direito traz o texto: "Festa da Uva 2019, de 22 de fevereiro a 10 de março", além da logomarca da prefeitura.
Fonte de renda
Conforme o diretor executivo da Festa da Uva 2019, Luciano Pereira, os pórticos funcionam como uma fonte de renda, já que o espaço é comercializado por períodos (uma ou duas semanas), também fora da época da festa. Ainda há unidades disponíveis. O valor do espaço não foi informado.
—A ideia dos pórticos era convidar para ir aos Pavilhões. Com o tempo, eles viraram espaços para patrocinadores. Agora, estamos revendo tudo isso. Eles serão comerciais, com as datas da festa. Mas não indicarão um caminho — explicou Pereira em entrevista concedida ao Pioneiro em 31 de outubro.
O plano da comissão era colocar uma média de 25 estruturas a cada mês, contando a partir de setembro deste ano, até fechar o quantitativo total (71) em dezembro. Mas a previsão não se confirmou. A expectativa, agora, é conseguir instalar ao menos 25 até o final do ano. O motivo é o preço. Cada pórtico custa cerca de R$ 15 mil. A empresa que fornece as estruturas é a Suldoor, de Santa Cruz do Sul, que também recebe as sucatas, o que possibilitou um abatimento até chegar a esse valor unitário.
Caso restem pórticos que não tenham sido comercializados, a comissão deve ocupá-los inteiros para a divulgação da festa.