Kamila Mendes
Em junho de 2015, o secretário estadual de Transportes, Pedro Westphalen, esteve em Caxias do Sul e prometeu uma lombada eletrônica para prevenir acidentes num dos pontos mais perigosos da Rota do Sol: o acesso ao bairro Cidade Industrial, no km 72 da ERS-122, também conhecido como trevo da Iveco. Desde 1997, 18 pessoas perderam a vida em atropelamentos ou colisões entre veículos no trecho.
Nesses dois anos, tanto a secretaria quanto o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) já refizeram a promessa várias vezes sem, de fato, afirmar quando o equipamento será instalado. O compromisso mais recente é a garantia de implantação de um novo lote de lombadas nas rodovias estaduais e que o acesso ao Cidade Industrial está entre os pontos a serem contemplados.
O problema é que os moradores não aguentam mais esperar. O caminho mortal tem dois quilômetros, entre o km 71, no acesso à Estrada dos Romeiros, e o início do km 73, no acesso ao bairro Cidade Nova. Se houvesse uma lombada ou qualquer equipamento redutor de velocidade no Km 72, as famílias acreditam que todo o trecho seria beneficiado.
– Não precisamos de mais promessas. Essa rodovia é uma loteria e, se nada for feito, mais pessoas serão sorteadas e perderão a vida aqui. Do jeito que está, sem controle algum, o perigo é constante para os motoristas e, principalmente, para os pedestres que precisam atravessar a estrada – aponta o atual presidente da Associação dos Moradores do bairro Cidade Industrial, Hugo Trindade da Silva, que deixará o cargo nos próximos dias.
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Mesmo que o número de acidentes tenha reduzido, conforme analisa o Grupo Rodoviário da Brigada Militar, o perigo do trevo ainda é nítido. Bastam alguns minutos de observação para perceber que há um grande desrespeito com o limite de velocidade. Além disso, a falta de acostamento pode ser elencada como uma das principais causas das colisões.
– Há um fluxo intenso de veículos neste ponto, e muitos condutores optam por não fazer a manobra correta, que é se deslocar para a lateral direita da pista e depois acessar a entrada do bairro. É neste momento que acontecem os acidentes. Por sorte, nos últimos meses não registramos mortes, mas o trecho é perigoso e precisa de uma medida efetiva para coibir, principalmente, a alta velocidade – diz o comandante do Grupo Rodoviário da BM em Farroupilha, sargento Givanildo Schiavon.