Raquel Fronza
A presidente da Comissão Comunitária da Festa da Uva, Sandra Maria Mioranzza Randon, apresentou na noite desta terça, durante reunião a portas fechadas com presidentes de sindicatos patronais na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias, mais detalhes do que planeja para a próxima edição do evento, adiado para 2019. A ocupação dos Pavilhões a partir deste ano com eventos que envolvam distritos, bairros e representantes de diferentes culturas foi o argumento decisivo para convencer os presidentes de mais de 17 entidades da não realização do evento em 2018, o que quebra uma tradição de mais de duas décadas.
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– Faremos com que todo fim de semana exista lá alguma comunidade mostrando o que tem de cultura, culinária, para que possa envolver muito mais a cidade. Isto até o final de maio, quando serão eventos quinzenais da própria festa. Este foi o ponto importante – adiantou Sandra.
O posicionamento dos presidentes de entidades dividiu-se sobre o adiamento da festa, mas Sandra garante que a discussão foi positiva e respeitosa:
– Alguns se mostraram a favor da ideia, outros discordaram, mas o que for decidido, será apoiado. Porque a comissão não fará a festa sozinha – disse.
Mediador do encontro, o presidente da CIC, Nelson Sbabo, diz já ter sido convencido por Sandra sobre o adiamento – ainda que tenha se mostrado desconfortável em recente discurso na CIC, onde disse que entende que a economia cresce com a realização da Festuva e que seria ótimo que ela ocorresse em 2018. Nem a dificuldade financeira que o município enfrenta ou o pouco tempo para a organização trabalhar teriam sido os fatores que o levam a defender o adiamento:
– Ela (Sandra) quer mudar a forma como a festa estava sendo realizada até então. Nenhuma crítica às edições anteriores, a de 2016 foi muito grandiosa, com a participação de mais de um milhão de pessoas. No entanto, ela, como presidente, junto com as pessoas que fazem parte da comissão, entenderam que chegou o momento de mudar o conteúdo, de resgatar o verdadeiro objetivo do evento – defendeu Sbabo.
O principal motivo do adiamento da Festa da Uva para 2019, conforme a comissão, é a falta de recursos públicos: em fevereiro deste ano, o prefeito Daniel Guerra (PRB) confirmou que não iria manter o patrocínio direto ao evento.
Na última edição, em 2016, o Executivo repassou cerca de R$ 3,9 milhões para a organização – o gasto total com o evento foi de R$ 16,8 milhões, dinheiro também obtido com patrocinadores, aluguel de espaços e bilheteria.
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