Raquel Fronza
Destinada àqueles que não tiveram acesso ou não puderam cursar os ensinos Fundamental e Médio na idade própria, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) sofrerá alterações a partir do próximo ano na rede municipal. Somente alunos com mais de 18 anos poderão se inscrever para EJA Ensino Fundamental, atendendo a uma diretriz nacional que deveria estar sendo obedecida desde o ano passado. O impacto será grande, já que a maior parcela de alunos inscritos na modalidade está na faixa etária dos 15 aos 17 anos. Por consequência, menos vagas serão ofertadas nas escolas, além da possibilidade da EJA não existir em algumas instituições. Não haverá mudanças para os estudantes que estão matriculados neste ano letivo.
– É importante que a comunidade saiba que nós não vamos fechar a EJA. O que pode acontecer é que haja uma diminuição de escolas em relação ao programa. Nós vamos oferecer o número de vagas corretas, e estes alunos que não têm 18 anos precisarão ser atendidos durante o turno do dia – explica a secretária de Educação, Marina Matiello.
A prefeitura divulgará hoje os dados que indicam o número de matriculados com a faixa etária que passará por mudanças, e outros detalhes do que planeja executar o próximo ano letivo. No entanto, um estudo feito pelo Conselho Municipal de Educação em abril do ano passado indica que 95% dos inscritos na EJA na rede municipal tinham entre 15 e 17 anos. Outro dado importante é apontado: destes 95%, apenas 4,98% mantinham alguma ocupação durante o dia, o que significa que poderiam estar matriculados no turno normal.
– Isto está em estudo desde o ano passado. Entendeu-se, no ano passado, que as mudanças seriam discutidas em 2017, para serem executadas em 2018. O grande desafio é como atender a este público juvenil. Mas já sabemos que a EJA não é o lugar deles – avalia a presidente do Conselho Municipal de Educação, Marcia Adriana de Carvalho.
Diretoras, vice-diretoras e coordenadoras das EJAs da comunidade estão sendo convidadas para discutir qual formato será aplicado no próximo ano para os alunos que deixarão de ser atendos. Sabe-se, por exemplo, que os colégios deverão estar preparados para acolher a esta parcela de estudantes no turno diurno.
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