Adriano Duarte
A prefeitura de Caxias do Sul suspendeu temporariamente o cadastramento das digitais dos funcionários das unidades básicas de saúde (UBSs). A ideia é evitar boicotes e constrangimento entre servidores descontentes com a falta de adesão dos médicos ao sistema de relógio ponto biométrico. O novo controle está sendo implantado nos postos para substituir a marcação em livro ponto.
A suspensão foi sugerida pelo Sindicato dos Servidores Municipais (Sindiserv) em reunião com o chefe de Gabinete Edson Néspolo, secretária de Recursos Humanos e Logística, Jaqueline Bernardi, secretária da Saúde, Dilma Tessari e procurador-geral do município, Victório Giordano.
- É um caso delicado, os médicos atendem por cota de pacientes desde 1993, só que isso não existe na lei pois eles foram contratados por carga horária. Com a suspensão do cadastro, queremos evitar confronto pois quem perde com isso é a população - disse o presidente do Sindiserv, João Dorlan.
Uma nova reunião será marcada para os próximos dias entre a prefeitura, Ministério Público e Sindiserv. A situação é de difícil solução, mas pode haver entendimento.
A decisão de não bater o ponto biométrico foi anunciada pelo presidente do Sindicato dos Médicos, Marlonei Santos, contrariando recomendações do Ministério Público (MP).
A justificativa de Marlonei é de que o médico exerce a função por produtividade, sem se ater à quantidade de horas trabalhadas. Ele garante que haverá contrapartida de consultas para a falta de adesão: os profissionais atenderão duas pessoas a mais todos os dias nas UBSs. Contudo, os médicos assinaram contrato por carga horária, o que impediria as costas de pacientes.
- A suspensão do cadastro se dará enquanto ocorrer a negociação até para evitar a tensão e o constrangimento que as informações geraram entre os servidores. Por orientação do prefeito Alceu precisamos cumprir a questão legal sem perder a noção do real - comentou a secretária Jaqueline Bernardi.
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