Adriano Duarte
A adolescente encontrada gravemente ferida em um matagal em Caxias do Sul, na tarde desta terça-feira, foi atacada a caminho do trabalho por pessoas não identificadas. A garota de 15 anos auxiliaria informalmente os donos de uma pequena fábrica artesanal de massas, na Rua das Arapongas, no bairro Vila Ipê, Zona Norte da cidade.
Seria o primeiro dia de trabalho, e ela tinha a intenção de reunir dinheiro para comprar roupas. Até as 19h40min de terça-feira, ela continuava internada em estado grave no Hospital Pompéia.
Inicialmente, a polícia imaginava que a menina estava sumida desde a noite de segunda-feira. Mas familiares e vizinhos confirmaram que ela desapareceu logo depois de sair de casa, no bairro Cânyon, às 6h desta terça-feira. O sumiço, porém, só foi notado ao meio-dia, quando os donos da fábrica não a encontraram na moradia da família.
A partir da troca de informações, os comerciantes, familiares e vizinhos começaram a procurá-la pelo bairro. Às 13h20min, a garota foi localizada caída em um barranco a poucos metros do futuro local de trabalho.
O matagal é frequentado todas as noites por 20 a 30 viciados em crack e prostitutas, segundo moradores. Os viciados se beneficiam da falta de iluminação e do mato para consumir drogas e promover encontros sexuais. A área é tomada por lixo e fica entre a casa da adolescente e a fábrica de massas.
Supostamente, a garota foi atacada na rua e arrastada para o mato. Ali, recebeu golpes na cabeça e teve a roupa arrancada, ficando apenas de calcinha e camiseta, o que levanta a hipótese de uma tentativa de estupro. Outra possibilidade é de a menina ter sido assaltada, pois a família não encontrou um celular preto que ela carregava.
Os donos da fábrica ouviram gritos na rua, mas pensaram se tratar de confusões promovidas pelos drogados:
- Eu acordei às 5h30min para esperar por ela e ouvi os gritos ao longe. Pensei que fosse os cachorros atacando alguém. Saí para a rua e não vi nada - conta um dos donos da padaria.
A adolescente está afastada da escola e receberia R$ 22 por meio turno no trabalho informal.
A polícia ainda não tem pistas dos autores do crime.
- Mais sobre:
- destaque pioneiro
- zona norte
- violência