Uma área com relevo favorável, distante de conflitos urbanos, com boa localização geográfica e de fácil acesso. Esses foram alguns dos aspectos que favoreceram a escolha da localidade de Tabela, no distrito caxiense de Vila Oliva, como a sede do novo aeroporto. O tempo bom, atestado pelo Departamento Aeroportuário do Estado (DAP), também foi determinante.
LEIA TAMBÉM: área para novo aeroporto de Caxias tem pomares de maçã e criação de gado
- Ih, às vezes tem neblina lá em Caxias (área urbana, onde fica o Hugo Cantergiani) e aqui tem sol - garante o subprefeito de Vila Oliva, Ricardo Daneluz.
As análises iniciaram no início dos anos 2000. Em maio de 2003, um levantamento por satélite do DAP destacou o relevo, a rara neblina e a possibilidade de expansão. Em julho de 2007, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) refez estudos em Vila Oliva, já que não houve andamento anteriormente. A definição veio em 2011. No dia 19 de maio, o então governador Tarso Genro (PT) anunciou a deputados caxienses que o futuro aeroporto seria mesmo em Vila Oliva. No dia seguinte, o então secretário de Infraestrutura e Logística, Beto Albuquerque (PSB), oficializou a escolha na CIC de Caxias do Sul. Um diretor do DAP apresentou um estudo.
Em 2015, quando já se discute a desapropriação dos 445,69 hectares, o estudo ambiental ainda nem foi aprovado pela Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC).
- O Estado vai fazer a sua parte quando for o momento dele, para que Vila Oliva seja viabilizado. Neste momento não se pode fazer nada, nem projeto, porque está naquela fase de liberação ambiental. Se não for liberado, não adianta gastar com projeto - ponderou o secretário estadual dos Transportes e Mobilidade, Pedro Westphalen, na semana passada, em visita ao Hugo Cantergiani.
O negócio milionário que envolve a desapropriação de 10 áreas ainda não tem previsão para acontecer. O principal motivo não é novidade: o Estado mantém o cinto apertado, com dificuldade para manter até a folha dos servidores em dia. O governo estadual passado chegou a se comprometer em pagar a conta das desapropriações. Até um ofício foi entregue ao prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT), assegurando os recursos.
Agora, o titular estadual de Transportes é cauteloso e segue a mesma linha ditada pelo ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, em janeiro.
- Não é questão de recursos, é questão de momento. Depois que o estudo for aprovado, e isso está na SAC, vem para o âmbito das responsabilidades do Estado, do município e da federação - acalma Westphalen.
Somados o prazo que a licença ambiental pode demandar até ser expedida e a busca de recursos para desapropriação, é seguro concluir: ainda há muito a caminhar até que os primeiros alicerces sejam erguidos.
Abaixo, relembre datas históricas para a escolha de Vila Oliva: