O secretário de municipal de Trânsito Manoel Marrachinho foi interrogado pela população para explicar detalhes e justificar prazos sobre o Sistema Integrado de Mobilidade Urbana, o SIM Caxias, uma das principais obras do governo Alceu, que interfere diretamente no trânsito da área central. Em uma audiência realizada na Câmara Municipal de Caxias do Sul na tarde desta segunda-feira, Marrachinho respondeu a cada uma das perguntas elencadas por cidadãos e lideranças políticas. Cerca de 30 pessoas compareceram ao encontro, e ouviram atentamente à apresentação do SIM Caxias, para emendar reivindicações.
- Quer dizer que a mobilidade é lenta, secretário? Por que para mim, ela deveria ser ágil, mas não é o que estamos vendo - indagou a ciclista Bianca Velasque, munida de nariz de palhaço, na tribuna.
Marrachinho pediu paciência ao usuário. Afirmou que o trânsito da área central não irá melhorar "do dia para a noite", e justificou porque, por exemplo, diversas obras ocorrem paralelamente, sem necessariamente precisar encerrar uma para seguir com a próxima, caso dos corredores de ônibus da Sinimbu e Pinheiro Machado.
- Os corredores de ônibus são um sistema integrado, e precisam funcionar quando os dois tiverem concluídos, juntos. Como o prazo para cada um é de dez meses, teríamos quase dois anos para que ficassem prontos. Mas com as duas obras andando juntas, encurtamos esse prazo - explicou.
De acordo com o secretário, o conjunto de obras do SIM engloba 28 obras, sendo 25 nas ruas centrais. Ao todo, são sete corredores de concreto em piso rígido. Ele admite que os bloqueios em transversais no sentido norte/sul na cidade causaram o maior impacto no trânsito.
- Nós temos muitas alternativas de desvio no sentido leste/oeste da cidade, mas no eixo norte/sul, são poucas. Percebemos isso fechando a Guia Lopes, por exemplo. Impacta, sim, mas estamos acertando - afirma Marrachinho, lembrando que a retirada dos estacionamentos também causa estranheza dos motoristas.
Nem todas as perguntas do público, no entanto, se dirigiram ao SIM. Marrachinho escutou reivindicações para acessibilidade de cadeirantes, espaço para ciclistas, instalação de quebra-molas - em uma delas, na Rua Júlio Calegari, no bairro Esplanada, onde uma adolescente de 13 anos morreu atropelada no fim de março, respondeu à comunidade com a instalação de um semáforo para pedestre. Entre todos os questionamentos, Marrachinho frisou que o principal intuito do SIM é incentivar o transporte público. Por isso, avisou:
- É para justamente reduzir os atrasos nos ônibus que estamos neste canteiro de obras. O SIM não é a panaceia para tudo, mas vai melhorar muito. Hoje um ônibus opera com velocidade inferior a 3km/h. Não há como criar planilha de horários decente com esse horário - acredita.
O presidente do Sindilojas, Sadi Donazzolo, reclamou sobre a perda de vagas de estacionamento na área central - e o aumento do valor dos estacionamentos rotativos. Segundo ele, "afugenta" os clientes, e transforma o Centro em uma área apenas residencial.
- Concordo com o Sindilojas e, por isso: se não acontecer melhoria na qualidade do transporte público, de nada valeu esse esforço. E o nosso transporte público vai melhorar para muito bem. O que afugenta o usuário é a obra, e não a diminuição dos estacionamentos - respondeu Marrachinho.