O trânsito foi liberado na ERS-122, no bairro Cidade Industrial, após um protesto bloquear o tráfego no final da tarde desta sexta-feira. Cerca de 30 moradores estiveram no local, próximo da empresa Iveco, reivindicando um semáforo ou uma lombada eletrônica para que os veículos diminuam a velocidade no trecho da rodovia.
O tráfego foi bloqueado por volta das 17h30min e intercalado até às 18h30min, quando o protesto foi encerrado. Os participantes carregavam cruzes, representando as vítimas de acidentes no trecho, e cartazes que diziam: "Uma vida vale mais que tudo, proteja a sua e a dos pedestres também", e outro com os dizeres "Quantos filhos ficaram à espera de seus pais que não voltaram mais?".
A operadora de máquina Marceli Schneider, moradora no bairro, explica que nenhuma autoridade se manifestou sobre o assunto até agora.
- Estamos cansados de ver tantos amigos e vizinhos morrendo aqui. Já é o quarto protesto e até agora ninguém se manifestou.
De acordo com uma das organizadoras, Maria Vieira, um novo protesto está marcado para o dia 8 de maio.
Os 105 acidentes de trânsito em pouco mais de cinco anos em frente ou nas proximidades da empresa Iveco reforçam a aflição dos moradores. Dados fornecidos pelo Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) apontam quatro mortos e 50 feridos entre janeiro de 2010 e abril deste ano.
Os registros abrangem o trecho entre os Km 71 e 72, onde impera a alta velocidade e a inexistência de equipamentos de segurança. Os organizadores do protesto, porém, garantem que ocorreram 17 mortes em mais de uma década, número não confirmado pelo Grupo Rodoviário de Farroupilha, responsável pela rodovia.
O ponto mais problemático é o acesso ao lado da Iveco. Condutores param no acostamento para converter à esquerda, no sentido Caxias-Farroupilha, e acessar o bairro Cidade Nova e o Distrito Industrial. É uma manobra de alto risco. Como os carros e caminhões que trafegam na rodovia geralmente estão em alta velocidade, as colisões são frequentes. Pelo menos 255 veículos se envolveram em colisões e capotamentos de todos os tipos no trecho.
Vale lembrar que o acesso é um dos 13 cruzamentos críticos da rodovia no trecho urbano de Caxias. O Daer, por exemplo, já sinalizou a necessidade de intervenções de impacto como a construção de uma rotatória. Seria uma obra em parceria com a prefeitura de Caxias. O convênio entre Estado e município pouco avançou até o momento.