O relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), mostra que há no mundo água suficiente para suprir as necessidades de crescimento do consumo, "mas não sem uma mudança dramática no uso, gerenciamento e compartilhamento". A redução das chuvas e a intensa urbanização, além de práticas agrícolas inadequadas, prejudicam a oferta de água limpa no mundo. Outros indícios também preocupam.
Em Caxias, 49% da água tratada não chega às torneiras, graças às redes de distribuição deficientes. O índice nacional de perda é de 37%. Esta necessidade evidente de mudar a forma de consumir, e de criar políticas públicas que priorizem a valorização do líquido, é discutida de forma mais intensa a partir deste domingo, quando comemora-se o Dia Mundial da Água. Uma iniciativa caxiense começa a tomar forma e promete ganhar a simpatia da população: trata-se da campanha Litro D'Água, desenvolvida pela CIC a partir deste mês.
É um projeto simples, sem grandes investimentos financeiros, e que depende basicamente da adesão dos consumidores. Na prática, a CIC irá conscientizar empresas, escolas, hotéis, restaurantes e cidadãos sobre o consumo consciente da água, evitando desperdício. Se cada usuário economizar um litro de água por dia, isso representará a garantia de milhares deles, acreditam os organizadores. É só fazer sua parte.
- Só em Caxias, se todos aderirem à campanha, serão quase 600 mil litros a menos todos os dias. Se um caxiense começa essa ação, o restante se envolve. Quando Caxias quer, Caxias faz - afirma o presidente da Febramec, Lélis da Cunha, empresário que vive hoje em Porto Alegre e esteve por mais de 30 anos na Serra.
Cunha foi quem sugeriu a proposta para o presidente da CIC, Carlos Heinen, que adotou imediatamente. Agora a entidade está encarregada de conversar com empresários, para que perpetuem as ideias com equipes. O acordado é que a mensagem seja transmitida pessoalmente:
- Em 1961, quando estudava no Cristóvão (Instituto Estadual Cristóvão de Mendoza), o boca-a-boca fez com que conseguíssemos passagem estudantil. E começou assim: um falando para o outro, convencendo, falando. É isso que queremos - afirma Cunha.
No término do projeto, a CIC irá comparar números de consumo com o Samae, para se certificar de que a ideia deu certo.
- Mas se uma pessoa já mudar a forma de preservar a água, já é bastante - encerra.
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