Os três pardais instalados na Rota do Sol no fim do ano passado podem ter ajudado a reduzir as mortes em acidentes neste veraneio. As ocorrências fatais entre o acesso a Monte Bérico, em Caxias do Sul, até Aratinga, em São Francisco de Paula, caíram pela metade: de dezembro até agora, foram seis mortes. No mesmo período do verão passado, 12 pessoas perderam a vida no trecho.
O comandante da PRF Caxias, inspetor Alfonso Willembring Júnior, credita a redução a outra novidade: a elevação do valor da multa por ultrapassagens proibidas, que chega a R$ 1.915,40. Ainda que ultrapassagens indevidas provoquem 5% dos acidentes nas rodovias brasileiras, de acordo com o Ministério da Justiça, a mortalidade nessa modalidade de acidente chega a 40%.
- Não vemos mais ultrapassagens absurdas como antes. Um mês depois que a lei começou a vigorar, que é quando a multa chega na casa do condutor, ele muda o comportamento. Acredito que a grande vantagem seja a mudança do comportamento em função dos radares e das ultrapassagens, que custam caro ao motorista - avalia o inspetor.
A instalação de quatro semáforos no acesso a Monte Bérico também ajudou a amenizar a violência na Rota. Naquele ponto, duas pessoas morreram no verão passado (26 de fevereiro) em acidente envolvendo dois caminhões. Desde a instalação dos equipamentos, em novembro último, não houve mais mortes, sequer acidentes graves.
As seis vítimas fatais deste ano resultam de quatro acidentes na Rota. Três mortes ocorreram em apenas cinco dias de fevereiro. Outro dado mostra imprudência com pedestres: dois homens morreram atropelados, e um dos condutores envolvidos também perdeu a vida. Um dos atropelamentos foi próximo do acesso ao bairro Santa Fé, na rótula do antigo Posto São Luiz. Ângelo Saretta, 50 anos, atravessava a rodovia na noite de 16 de fevereiro. O motociclista que o atropelou fugiu a pé. Em outubro de 2013, o Pioneiro visitou os pontos críticos da Rota e ouviu o desabafo de moradores. No dia 1º, o próprio Saretta foi entrevistado.
- Não vi passar um dia que não tenha acidentes. Já vi até oito em um só dia. O pessoal não espera, não cuida. De vez em quando, ajudo a empurrar carro preso nas batidas, a tirar gente machucada de dentro dos carros. Espero que não precise morrer mais gente para apressarem as melhorias - disse, dois anos antes de morrer atropelado.
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