Adriano Duarte
Dois anos depois da tragédia na Boate Kiss, um projeto pode mudar a forma como o Corpo de Bombeiros combate incêndios no Estado. Se trata de um sistema de alarmes em empresas privadas e prédios públicos, que aciona a corporação em tempo real em caso de emergência. A expectativa é agilizar o tempo de resposta, informatizar o atendimento e reduzir trotes. O programa considerado piloto foi testado inicialmente em Caxias do Sul e deve ser expandido para outras cidades.
Chamada de plano de Gerenciamento Operacional de Combate a Incêndio, a ideia foi apresentada nesta terça-feira para representantes do comércio, da indústria e do ramo do entretenimento de Caxias. Hoje, a população tem acesso ao trabalho dos bombeiros pelo modo tradicional: alguém comunica o incêndio pelo 193, a corporação confirma o endereço e outros dados para só então despachar uma equipe. Esse método é pouco eficiente pois as linhas de emergência são ligados ao Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp), frequentemente congestionadas. Além disso, as informações preliminares são imprecisas, exigem checagem e a demora pode custar vidas.
O projeto-piloto propõe abreviar a burocracia. Diante do menor sinal de fogo, o alarme é acionado no ponto da ocorrência e dispara o alerta numa tela de monitoramento da sala de operações 24 horas da corporação em Caxias. O aviso surge no monitor em apenas 5 segundos, menos do que o tempo necessário para completar uma ligação telefônica. De imediato, o operador terá acesso ao endereço, a melhor rota e outros dados importantes informados no Plano de Prevenção de Proteção Contra Incêndio (PPCI). O grupo de salvamento sairá do quartel sabendo quem é o responsável pelo prédio, onde fica o hidrante mais próximo e que tipo de ação é a mais adequada para conter as chamas.
A alternativa é boa, mas dependerá da adesão por se tratar de um produto privado. O pacote fornecido pela RGCom de Caxias, em parceria com a First Alert dos Estados Unidos, inclui alarme, sensores e cadastro dos dados online ao preço de R$ 3 mil, além da mensalidade de R$ 25.
Comandante do 5º Comando Regional de Bombeiros (CRB), o tenente-coronel Cleber Valinodo Pereira vê vantagens:
- A grande reclamação é a dificuldade de contato com os bombeiros porque a linha do Ciosp está sempre ocupada. O acesso será simplificado, descarta trotes e ligações erradas e não se perde tempo verificando a origem e os dados do chamado - defende o oficial.