Maurício Reolon
Para um atleta profissional, é cada vez mais difícil se manter em um mesmo clube por mais de duas ou três temporadas. Não era diferente para o meia Guilherme Oselame Finkler. O jogador caxiense começou a carreira no Juventude, passou pelo Caxias e ainda atuou por vários outros clubes brasileiros, como Esportivo, Brasil-Pe, São José-PoA, Criciúma e ABC.
A sequência só veio a partir de 2012, do outro lado do mundo. Foi na Austrália que o meia, hoje com 30 anos, conseguiu o sucesso esperado. A chegada ao Melbourne Victory teve altos e baixos. Após uma lesão que o atrapalhou no primeiro ano, Guilherme participou de 29 jogos da temporada 2013/2014 e marcou nove gols. Porém, o melhor ainda estava por vir.
Em maio deste ano, ele sagrou-se campeão da liga nacional. Por lá, a disputa é diferente e após a conquista nos pontos corridos, um torneio ocorre com a decisão no mata-mata.
- Vou para a minha quarta temporada aqui e o momento mais marcante foi na última temporada, quando a gente venceu a liga nos pontos corridos e depois os playoffs. Fiquei fora de apenas uma partida. Foi uma sequência importante, coroada pelos dois troféus - avalia Guilherme.
No final de semana passado, outra conquista. O Melbourne Victory venceu o Perth Glory por 2 a 0 e garantiu o título da FFA Cup, competição similar à Copa do Brasil. Com a camisa 7, o meia foi titular na final, repetindo o que ocorre há três anos.
- Aqui é mais parecido com o futebol inglês. A qualidade não chega aos pés, mas tem crescido a cada ano. A principal diferença é que quase todos times jogam no 4-3-3. São permitidos cinco estrangeiros em cada equipe e a maioria utiliza pelo diferencial técnico. É legal jogar com atletas que sempre são chamados para seleções da Austrália, Nova Zelândia, Tunísia, Albânia. Claro que não são grandes seleções, mas é uma experiência importante - destaca.
O contrato de Guilherme na Austrália se encerra no final de maio de 2016. O bom momento na carreira faz com que ele projete novas possibilidades. O empresário do jogador, Thales Netto, diz que existem sondagens de clubes da Europa, da MLS, nos Estados Unidos, e do Brasil, mas nada concreto. O meia não descarta a possibilidade de voltar a jogar mais perto de casa:
- Depois de quatro anos de muito aprendizado, posso dizer que aproveitei muito, tanto na questão profissional como pessoal. Se vier algo, vou conversar com a minha família e, como sempre, decidir com eles o que é melhor.