Arquiteto, empresário, guitarrista, pai de uma menina e um menino e agora presidente de clube de futebol. Para Maurício Grezzana, 40 anos, desafio não parece ser problema. Aficionado que participou da criação de uma torcida organizada na virada dos anos 80, a extinta Gang Grená, e jogou no time grená dente de leite quando criança, Grezzana quer dar um choque de gestão no clube. Para isso, conta com a própria experiência como arquiteto e empresário - é sócio da Atena Incorporações - e o apoio de um grupo que há bastante tempo atua nos bastidores.
As ideias são ambiciosas, e incluem desde a parceria com equipes de modalidades como rúgbi e crossfit (esporte que o novo presidente pratica), até a redução da capacidade do estádio para dar lugar a empreendimentos que possam gerar receita. Isso em meio à adaptação ao Profut, uma nova realidade após o parcelamento das dívidas com a União e a responsabilidade gigantesca que isso demanda.
Confira os principais trechos da entrevista com o novo presidente grená:
Pioneiro: Como está sendo esse início de trabalho à frente da nova direção do Caxias?
- Já iniciamos há três, quatro meses. Não sinto pressão porque o grupo está trabalhando muito e unido. A realidade do clube não é fácil e estamos lutando para poder sanar todas as dívidas e compromissos, para iniciarmos o novo ano com respaldo para a torcida, patrocinadores e toda a sociedade caxiense.
Como irá funcionar esse modelo de gestão do clube, por um grupo administrativo?
- O conselho administrativo foi criado para podermos dividir tarefas e pressões do dia a dia, podendo minimizar possíveis erros individuais. A estrutura se dá através da presidência, vice-presidência, conselho diretivo e dois outros conselhos, fiscal, para trabalhar em torno do Profut e fazendo a controladoria dos nossos processos, e administrativo, que é um conselho de apoio formado por empresários, pessoas que estão muito engajadas em participar e auxiliar para que nossas ações sejam efetivas.
Quais são as ideias para o futebol do Caxias?
- Em primeiro lugar, queremos ter uma estrutura financeira ativa e sustentável para poder ter um orçamento bom para o futebol, que é a essência de tudo. Já estamos fazendo algumas ações para criar um time competitivo e acreditamos muito que vamos atingir os objetivos. Mas sem ter o engajamento total da torcida, dos patrocinadores, de todos os envolvidos para que possamos ter um número factível, vai ser muito difícil. Já iniciamos a busca por jogadores, pela estrutura técnica, mas queremos agregar mais gente. A luta agora é a captação financeira para poder viabilizar o futebol.