Quem imagina que a pressão sobre o time do Caxias tenha arrefecido após a consumação do rebaixamento para a quarta divisão, se engana. O sono do vice-presidente de futebol José Caetano Setti está tão prejudicado nos últimos dias quanto naqueles em que ainda havia esperança de manter o grená na Série C. Culpa da pressão que a última rodada reservou para o time de Beto Campos. Uma derrota para o Guarani, em Campinas, pode acarretar na eliminação do Juventude. Um problema que, Setti ressalta, não é do Caxias. Apesar de toda a pressão, especialmente pelo enxugamento do grupo antes mesmo da última rodada.
- O que acontece é que bateu o desespero e agora querem passar a responsabilidade para o nosso lado. Mas o nosso dever é proteger o clube. Com os acertos que fizemos liberando Diego Torres, David, poupamos uma soma importante. Por isso vamos com algumas deficiências e vai ser uma guerra, como nos outros jogos. Pedi para o Beto (Campos) fazer o tudo o que der para ganhar. Pode acontecer de perdemos de goleada, como já tomamos oito do Inter uma vez, e aí vai vir a maldade e a revolta. Mas minha consciência vai estar tranquila - comenta o dirigente.
Setti também relata que os próprios torcedores do Caxias o procuram e pedem para que o time perca propositalmente, para prejudicar o rival. Mas diz se manter tranquilo e seguindo na linha de trabalho de tentar reerguer o clube. Quem age tomado pela paixão é o torcedor.
- Existe uma pressão muito grande, de gente que me liga, do torcedor na rua pedindo para perder. Nem consigo dormir direito, porque parece que tu é o responsável. É algo desnecessário. Mas com essa pessoas eu não me preocupo. Me preocupo comigo, em não criar constrangimento para o Beto e para o time. São guris novos, que querem aparecer e sabem que vai ter muita gente olhando. Eles não podem começar a carreira com alguém pedindo pra eles perderem. Depois, como eu poderia cobrá-los no futuro? Mas quem é do futebol sabe que isso de pedir para os jogadores perderem não existe - destaca Setti.