Uma nova mudança na fórmula de disputa do Campeonato Brasileiro começa a se desenhar. Provocados pelo presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, os clubes da Série A passaram a cobrar da CBF uma alteração no formato da disputa.
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É possível que o Brasileirão de 2015, o 13° por pontos corridos, com turno e returno, também seja o último. Para 2016, a proposta sugerida é a disputa em turno e returno com o advento do mata-mata a partir das semifinais. Assim, quatro clubes se classificariam, com os dois melhores colocados recebendo o segundo jogo em casa.
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Zero Hora lança o debate com os seus colunistas. Luiz Zini Pires, David Coimbra, Diogo Olivier e Wianey Carlet opinam sobre qual a melhor fórmula para o Campeonato Brasileiro de 2016.
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Luiz Zini Pires
Os grandes clubes brasileiros têm o mata-mata ao seu dispor na Copa Libertadores da América, na Copa Sul-Americana, na Copa do Brasil e ainda nos campeonatos regionais, durante mais de meio ano. Ninguém precisa de mais. O Brasileirão encontrou a fórmula ideal. Não precisa de mudanças. Os dirigentes é que precisam de uma nova cabeça e de uma melhor gestão, capaz de reforçar os times, organizar um campeonato mais competitivo e mais atraente ao público da TV e dos estádios.
Diogo Olivier
Defendo o equilíbrio. A temporada já está cheia de mata-matas. O formulismo cumpre o seu papel: permite ao ruim ter chance de vencer. É bom isso. Dá emoção, esperança. Mas é salutar ao menos um torneio de pontos corridos, no qual todo jogo é decisivo para mais de um objetivo além do título e a margem do campeão injusto não existe (à exceção das teses baseadas em avaliações subjetivas, sem conexão com fatos reais). Turno e returno valorizam, ainda, o planejamento e a competência para montar o grupo de jogadores, assim como a garantia de atividade o ano todo para os profissionais. É assim em todo o lugar do mundo. Inclusive na Bundesliga. Olha o 7 a 1.
David Coimbra
Qualquer campeonato só com pontos corridos é incompleto e injusto. Incompleto porque tira do torcedor a chance de assistir a uma final. Injusto porque não apura do vencedor o teste derradeiro, emocional e perigoso de decidir tudo num único dia. A final é a luta decidida por nocaute, os pontos corridos é a luta decidida... por pontos corridos. Quer dizer: sem graça. Qualquer torcedor que seja instado a pensar nas grandes partidas da história de seu time lembrará de partidas finais. Para arrematar, o campeonato de pontos corridos faz mal ao futebol brasileiro. Depois que começou essa fórmula, aliada à nefanda Lei Pelé, o futebol brasileiro entrou em decadência. Normal: qualquer um pode ser campeão, desde que tenha dinheiro. A prova é o Cruzeiro: bicampeão brasileiro com times medianos, fracassado na Libertadores e na Copa do Brasil. Chega de pontos corridos. Chega de chatice.
Wianey Carlet
Esta ideia do retorno do mata-mata é interessante e serve, principalmente, aos interesses da televisão. Mas não pode fazer com que muitos clubes antecipem o encerramento da temporada. Isto seria trágico e também um retrocesso. Não creio que a mudança seja necessária no momento, mas, para satisfazer quem não suporta a atual fórmula, entendo que poderia se tentar este sistema com o ingresso do mata-mata ao final. Pelo menos um ano, para ver o que acontece.