Maurício Reolon
No jogo em que o Juventude comemora 100 anos, ele não poderia faltar. O maior ídolo da torcida, Lauro, será um dos embaixadores no confronto diante do Nacional-URU, nesta sexta-feira, às 19h, no Alfredo Jaconi.
No vídeo, o jogador relembra seus momentos marcantes no clube
Em meio a tantos símbolos, o jogador é o retrato mais fiel do Juventude. São 571 jogos, títulos, vitórias, decepções. Os caminhos se cruzam e é difícil falar do Juventude e dos seus 100 anos sem lembrar de Lauro, o Laurinho Guerreiro. O volante que chegou ao clube com 15 anos e pelas mãos do técnico Adão Pereira iniciou sua trajetória nos juniores.
- Era um tempo difícil para o clube. Mas, para mim, era tudo novidade. Sair de uma escolinha em Alegrete e estar em um clube era o meu grande sonho que se realizava - relembra.
Mais de 20 anos se passaram. Aquele jovem que queria ser jogador e chegava, ao lado do lateral-direito Itaqui, ao Jaconi para morar e tentar trilhar um caminho de sucesso, sente-se realizado.
- Será um momento especial para rever amigos, irmãos que me ajudaram muito, como o Flávio, o Odair, o Mabília - destaca.
A festa desta noite, que também contará com a presença do pentacampeão Cafu, será uma espécie de despedida oficial de Laurinho. Em 2010, após o Gauchão, o Juventude organizou uma festa para o atleta, em um duelo contra o Grêmio. Na oportunidade, a emoção tomou conta do gramado e das arquibancadas, com o jogador sendo ovacionado.
- Considero que esse vai ser meu jogo de despedida. Naquela vez, não estava nos meus planos. Foi difícil de digerir na época, mas não tenho nenhuma mágoa. A resposta da torcida foi incrível - relembra.
O volante franzino e de baixa estatura se transformou no guerreiro alviverde. Logo na chegada ao profissional, em 1994, Lauro encontrou na experiência de jogadores como Galeano, Júnior, Paulo Sérgio e Mário Maguila, a sustentação para se firmar. E aí, de cara, conquistou seu primeiro título. A história de Lauro com o Juventude começa a ser escrita com o acesso para a Série A:
- A gente é resultado das nossas experiências. Quanto melhor o treinador e os jogadores que estão ao seu lado, mais a possibilidade de você crescer. Nossa geração era muito boa e os que chegaram de fora ajudaram muito.
A primeira conquista foi o trampolim para outras. No Gauchão e na Copa do Brasil lá estava Lauro. Depois de tantos jogos, vieram também as grandes decepções. As quedas de divisões, as eliminações em competições importantes. Para uma atleta, seria difícil. Para um torcedor do clube, a dor era redobrada.
- Sempre que entrei em campo pelo Ju, busquei a vitória. As frustrações trazem um apego maior pelo clube e também por parte da torcida. É difícil no momento, mas é aí que se precisa representar o clube, não se esconder - destaca.