Ivanete Marzzaro
Os consumidores caxienses não abandonaram o hábito de comer churrasco no final de semana por causa da Operação Carne Fraca. Os açougues da cidade não sentiram o mesmo impacto que a ação teve em nível nacional. Trabalhando há cerca de 10 anos no açougue do Supermercado Andreazza, Leandro da Silva Bitencout garante que a procura está normal. No sábado, vendeu mais de 2 mil quilos de carne. Segundo ele, o assunto é alvo de gozação entre os clientes.
– Eles (os clientes) perguntam, brincando, se é Friboi – destaca.
A dona de casa Janete Rui diz que não sabe fazer almoço ou janta sem carne. Ela define o marido e os dois filhos como "carnívoros" e que, por isso, não tem como deixar de consumir o produto.
– Consumo cerca de 10 quilos por semana. Sempre compro aqui (no Andreazza) e nunca tive problemas – conta Janete.
Ela lembra, no entanto, que sempre observa o aspecto do produto._ Acho que o problema maior está nas carnes embaladas a vácuo.É o que também destaca o proprietário da Casa de Carnes Boi Sul, Fernando Antonio Fabro, que trabalha com carnes há mais de 20 anos.Em seu açougue, o movimento cresceu cerca de 20% no último sábado.
– Os caxienses pararam de comprar as carnes embaladas, vendidas em grandes redes de supermercados, e passaram a comprar o produto in natura –comemora Fabro.
Ele comenta que antes da operação era difícil competir com os preços da carne embalada a vácuo.
_ Agora, o consumidor vai em busca da qualidade, da cor. E isso ele percebe facilmente na in natura.
Nos restaurantes
Os restaurantes também não sentiram qualquer alteração no movimento após as denúncias.
– Os caxienses continuam comendo churrasco – iz o proprietário do Colina Grill, Marco Antônio Ferro.
A procura pelo item preferido de seus clientes permaneceu inalterada no final de semana e ontem. Na Casa Di Paolo, o comportamento também foi o mesmo.
– Percebemos que os clientes comentam a operação, mas não questionam a qualidade dos nossos produtos. Até porque, não trabalhados com as marcas que estão sendo investigadas – diz Michele Bruske, do setor administrativo do restaurante.