Diego Mandarino
De janeiro a julho de 2015, cerca de 70 mil pessoas se endividaram com o comércio em Caxias do Sul. O valor devido varia de R$ 70 milhões a R$ 75 milhões, conforme dados da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da cidade.
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Conforme a economista da CDL e professora da UCS, Maria Carolina Gullo, a tendência da inadimplência é de aumentar tendo em conta as altas taxas de juros. Dados do Banco Central (BC) divulgados nesta quarta-feira (26) mostram que os juros dos empréstimos de bancos a pessoas físicas estão no patamar de 59,5% ao ano. Já no crédito rotativo, categoria que inclui o cheque especial, a taxa ficou em 395,3% ao ano em julho, valor recorde desde o início da série histórica, em março de 2011.
Entre os fatores que influenciam as taxas de juros aplicadas pelos bancos estão a taxa Selic e a própria inadimplência. A taxa Selic tem subido nos últimos dois anos a partir de uma política do Governo Federal para tentar combater a inflação - hoje a Selic está em 14,15% ao ano. Já a inadimplência leva os bancos a aumentarem os juros para garantirem seus ganhos com os bons pagadores, esperando que haverá um número de pessoas que não saldarão seus compromissos.
A recomendação da professora é o controle nos gastos; o pagamento em dinheiro pode ser favorável por proporcionar descontos à vista, além de não haver o pagamento da transação às operadoras de cartões. A professora pondera que o cartão de crédito pode ser um bom aliado, mas apenas com planejamento adequado: jamais perder o prazo da fatura e pagar o valor integral dentro da data limite. O cuidado é necessário porque, somando a taxa de juros do cartão com a taxa administrativa da operadora, o custo ao consumidor pode aumentar em cerca de 20%, o que favorece a possibilidade de ele não poder saldar a dívida e entrar numa "bola de neve".