Ana Demoliner
A retomada do crescimento do país passa, necessariamente, pela melhora da governança e da gestão de custos. Essa receita de aceleração econômica foi passada nesta segunda-feira por Jorge Gerdau Johannpeter, em Caxias, na última reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC) do ano.
Considerado um dos mais renomados empresários brasileiros, o presidente do Conselho de Administração da Gerdau lembrou que, nos últimos 26 anos, o Brasil cresceu menos do que a média mundial em 18 vezes. A falta de profissionalização de alguns ministérios, criticou, contribui para os sérios problemas de gestão do país:
- Os órgãos que melhor funcionam são os que não têm ingerência política na administração, como Exército, Caixa Econômica e BNDES. Meteu politicagem no meio, destrói tudo.
Para Gerdau, as condições essenciais que fazem qualquer economia crescer estão desestruturadas no Brasil, como é o caso dos baixos índices de investimento. Outro problema sério, analisa o empresário, é a falta de metas do governo.
- Não temos uma governança que almeja objetivos a longo prazo. Qual é o crescimento que queremos atingir? Que propósito queremos ter? A empresa que não encontra o rumo morre e o governo não pode pensar diferente disso - alerta.
O empresário chegou a traçar algumas sugestões de metas e objetivos para o governo (veja quadro). Gerdau, que dirige um império siderúrgico que reúne 45 mil colaboradores e fatura anualmente cerca de R$ 40 bilhões, ressaltou ainda que a cobrança de melhorias deve vir da população.
- A pressão tem de vir da sociedade civil, precisamos debater mais nossos problemas. Estamos vivendo uma fuga do debate da realidade - destacou.
A palestra desta segunda-feira na CIC, que estava lotada, marcou ainda os 15 anos da Parceiros Voluntários de Caxias.