Para equilibrar a produção com a baixa demanda deste ano, as indústrias de Caxias passaram boa parte de 2014 adotando estratégias como feriados prolongados, folgas na Copa e flexibilização da jornada de trabalho. As medidas amenizaram as demissões, mas não evitaram o fechamento de 7 mil vagas, conforme estimativas do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs). Neste final de ano, o setor lança mão de mais uma estratégia que tende a frear desligamentos: mais da metade dos trabalhadores do setor metalmecânico terá férias coletivas a partir do próximo mês.
A tendência foi confirmada por um levantamento do Pioneiro com cinco das principais empresas da cidade (veja quadro). Apenas a Agrale não fará pausas generalizadas. As outras quatro companhias somam cerca de 22 mil empregados.
As paradas ocorrem principalmente para acompanhar o calendários das montadoras - que farão férias coletivas de até 30 dias - e para diminuir estoques. Osmar Piola, gerente de recursos humanos da Marcopolo, explica que o alinhamento de produção é necessário:
- Não adianta fazermos carroceria se não teremos chassis - resume.
Se as gigantes da Serra precisam acompanhar a produção das montadoras, as pequenas que fornecem itens para a cadeia automotiva terão de seguir a cadeia. O problema, destaca Getulio Fonseca, presidente do Simecs, é que as empresas menores nem sempre têm estrutura para pagar as férias de todos os funcionários ao mesmo tempo.
- Há um ano tínhamos 55 mil funcionários no setor em Caxias e agora estamos com 48 mil. São mais de sete mil vagas fechadas e boa parte dos desligamentos ocorreu nas empresas pequenas, que têm menos condições de segurar funcionários com estoques altos - explica.
QUEM E QUANTOS PARAM
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